Astronauta mostra por meio da fé, a fragilidade do planeta Terra
- Paulo de Oxalá

- há 17 horas
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Astronauta: Ronald John Garan Jr – Agência Nasa
Ainda dá para salvar a vida?
Do alto do espaço, a Terra se revela pequena, delicada e profundamente interligada. Foi essa visão que marcou para sempre a vida de Ron Garan, astronauta que não apenas orbitou o planeta milhares de vezes, mas também passou a enxergá-lo com os olhos da fé, da consciência e da responsabilidade humana.
Ron Garan afirma que a humanidade vive uma grande ilusão. Para ele, mentir não é apenas um ato individual, mas uma sabotagem coletiva, pois toda fantasia maldosa criada por alguém acaba sendo entregue ao mundo. Essa autosabotagem, segundo o astronauta, se reflete na forma como tratamos o planeta e os outros, como se fôssemos separados, quando na verdade dependemos integralmente da mesma e frágil casa comum.
A ciência, que guia suas descobertas por meio da observação, da matemática e dos fatos, costuma se manter distante da fé enquanto método. Ainda assim, muitos cientistas carregam crenças profundas que dão sentido à própria existência. Ron Garan é um desses exemplos. Católico devoto, ele nunca escondeu sua espiritualidade e sempre afirmou que fé e ciência podem caminhar juntas quando o objetivo é cuidar da vida.
Antes de sua primeira missão espacial, Garan pediu orações a uma comunidade de freiras carmelitas no Texas, com quem mantém forte vínculo espiritual. Levou consigo ao espaço símbolos de Santa Teresinha de Lisieux, em um gesto silencioso de devoção e confiança. Anos depois, teve a oportunidade de encontrar o Papa Bento XVI em uma audiência no Vaticano, reafirmando publicamente a importância da fé em sua trajetória.
Após passar 178 dias no espaço e completar mais de 2.800 voltas ao redor da Terra, Ron Garan vivenciou de forma profunda aquilo que muitos astronautas descrevem como o efeito perspectiva. Ao observar o planeta sem fronteiras, sem muros e sem ruídos políticos, ele percebeu o quanto são artificiais as divisões criadas pela humanidade. A atmosfera que sustenta toda a vida lhe pareceu incrivelmente fina, quase frágil demais para suportar tudo o que fazemos aqui embaixo.
O impacto dessa visão não foi apenas visual, mas sensível e espiritual. Ao enxergar a Terra como um único sistema vivo, tornou-se impossível ignorar que os conflitos humanos são pequenos diante da interdependência que nos une. De cima não há mapas e divisões. A fé, nesse contexto, ampliou seu olhar e fortaleceu a compreensão de que cuidar do planeta é também um ato de amor ao próximo e de reverência à criação.
Ronald John Garan Jr., nascido em Yonkers em 1961, construiu uma carreira sólida como piloto da Força Aérea dos Estados Unidos, participou de missões de guerra, tornou-se piloto de testes, aquanauta e astronauta da NASA. No entanto, foi no silêncio do espaço que encontrou uma das maiores lições de sua vida. A de que a Terra é frágil, a humanidade é uma só e a verdade, quando vivida com fé e consciência, pode ser o caminho para a salvação coletiva.
Sua experiência de vida nos leva a repensar escolhas, abandonar as corriqueiras mentiras confortáveis e reconhecer que ciência, espiritualidade e responsabilidade caminham juntas quando o futuro do planeta está incerto. Diante da pergunta mais importante dos últimos tempos: ainda dá para salvar a vida da Terra? Nossas ações e atitudes já estão respondendo.
Axé para todos!




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