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Você sabia que o bambuzal não é só de Ọya Ìgbalẹ̀?

  • Foto do escritor: Paulo de Oxalá
    Paulo de Oxalá
  • há 2 dias
  • 2 min de leitura

Foto: O Páko (bambu) no Culto dos Orixás / IA-inspirada na visão religiosa de Pai Paulo de Oxalá


A força do Páko (bambu) nos cultos de Òrìṣà e ancestrais

 

O Páko, como é chamado o bambu na tradição yorùbá, é uma árvore ancestral, cultuada com reverência e temor por estar intimamente ligada ao mundo dos espíritos, dos ancestrais e das potências femininas e transformadoras do universo.

Com seus galhos finos e resistentes, o bambu forma um elo entre os céus e a terra, entre os mundos visíveis e invisíveis.

 

No Brasil, o bambu é conhecido também como árvore de Égún, ou seja, a árvore dos mortos, dos espíritos. Em seu interior mora o vento de Ikú (a morte); por isso, ele se dobra, canta e se move como quem conversa com os mundos.

 

Os Òrìṣà ligados ao Páko comandam os Èsà, espíritos ancestrais que lidam com a vida, a morte, a doença, a cura, a justiça e os caminhos do tempo.

 

Ọya Ìgbalẹ̀, a Senhora dos Ventos da Floresta dos Mortos, é uma manifestação de Yánsàn que habita os bambuzais e comanda os espíritos. Ela sopra por entre os caules do páko e leva mensagens entre os mundos.

 

Jàgún, nome de Òbalúwàiyé enquanto guerreiro e encaminhador de almas, é também um dos donos do bambuzal, onde se guardam os mistérios da doença e da cura. Ele conhece os segredos do silêncio e do renascimento.

 

Dakòìjàgun, uma das formas de Òṣàgiyán, também habita o bambuzal. E, mesmo sendo um Òrìṣà funfun (ligado à pureza e ao branco), é um dos poucos que, quando cultuado ali, aceita o epo pupa (azeite de dendê), o que representa sua ligação com forças profundas, densas e ancestrais. Aqui no Brasil, essa forma de cultuar Dakòìjàgun não evoluiu.

 

Nàná Burúkú, a Mãe dos Pântanos e dos Tempos Antigos, é uma das grandes donas do Páko. Nela habita a memória da terra, a sabedoria dos ciclos e a justiça que vem antes do tempo. Seu culto é inseparável da reverência ao bambuzal, onde seus segredos se escondem.

 

O bambu também está ligado ao culto das Ìyámi Ajẹ, as poderosas Mães Ancestrais. Além da gameleira, elas aceitam no bambuzal seus ebós e oferendas, mostrando que ali também mora a força feminina profunda, que guarda e também pune, que ensina e transforma.

 

Com seu crescimento firme e altivo, o páko é símbolo da resistência, do poder oculto e da sabedoria que se ergue em meio ao mundo.

Por isso, ao nos aproximarmos de um bambuzal, fazemos silêncio. Ali não se entra sem reverência. Ali habitam forças que regem a passagem entre os mundos.

E quem cultua Orixá sabe: o Páko não é apenas árvore, e sim um altar vivo de tudo o que veio antes e de tudo que ainda virá.

 

Nítorí náà, ẹni tó bọ̀wọ̀ fún Páko bọ̀wọ̀ fún àwọn ésà! (Quem respeita o bambu, respeita os ancestrais!)

 

Axé para todos!

 
 
 

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Tags: Babalorixá, Simpatia, Búzios, Tarot e numerologia

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