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Tumba Junsara, um patrimônio bantu com obra parada

  • Foto do escritor: Paulo de Oxalá
    Paulo de Oxalá
  • há 3 horas
  • 2 min de leitura

Foto: Terreiro Tumba Junsara / divulgação e Tata Efamim


 

Terreiro está em obras desde 2019

 

Fundado em 1919 pelos irmãos Manoel Rodrigues do Nascimento (Tata Kambambe) e Manoel Ciriaco de Jesus (Tata Ludyamungongo), o Terreiro Tumba Junsara é um dos mais importantes pilares da tradição bantu no Brasil. Localizado em Salvador, foi reconhecido como Patrimônio Cultural da Bahia e do Brasil, sendo tombado em 2018 pelo IPAC e pelo IPHAN. Mas, apesar desse reconhecimento oficial, o Terreiro vive um longo e doloroso processo de espera.

 

Desde 2019, o Tumba Junsara está interditado pela Defesa Civil devido a danos causados por fortes chuvas. As obras de restauração, iniciadas apenas no fim de 2023, foram abandonadas pela empresa contratada em meados de 2024. Embora o IPHAN tenha destinado novos recursos, mais de R$ 484 mil em agosto do mesmo ano, a execução segue marcada por paralisações, lentidão e descaso. Já são seis anos sem celebrações.

 

O Tumba Junsara é muito mais do que uma sociedade religiosa. Ali vivem os Nkisi, divindades cultuadas com beleza, respeito e profunda ligação com a natureza e com os valores de ancestralidade da cultura bantu. Os cânticos, as danças e os rituais que emanam daquela casa são parte fundamental da história do Candomblé Angola no Brasil, um saber coletivo que resiste desde os tempos da colonização.

 

“Apesar de toda a tradição, o Terreiro está sofrendo o abandono e a negligência das autoridades públicas, que poderiam olhar para todo esse patrimônio com mais carinho e atenção”, afirma Tata Efamim, dirigente do Inzo Mundele ia Lemba Junsara-RJ, filho do saudoso de Tata Caxaman. Tata Efamim deu continuidade à sua vida religiosa com Mam'etu Iraildes, matriarca da Ndanji Tumbajunsara.

 

Segundo Tata Efamim, a luta pela preservação do Tumba Junsara é coletiva, e precisa do apoio das autoridades e da sociedade. “Queremos o Tumba Junsara aberto, ativo, celebrando vida, memória e ancestralidade, com toda a dignidade e força que ele representa”, diz.

 Foto: Mam'etu Iraildes, Tata Efamim e Ìyá Cici de Oxalá


Enquanto as obras seguem a passos lentos, a memória de um dos mais importantes terreiros de tradição bantu no país segue resistindo, sustentada pela fé de seu povo e pela urgência de sua reconstrução.

O apelo está feito. O que falta agora é ação.


Tuakisi dikulu ku nzo d’ia Nkisi zetu! (Queremos atenção com a casa das nossas divindades!)


Aueto!

 
 
 

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Tags: Babalorixá, Simpatia, Búzios, Tarot e numerologia

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