Sábado de Aleluia, dia que o tambor sai do silêncio e louva os Guardiões

Foto: Guardiões na Aleluia! – Pai Paulo de Oxalá

Você já louvou eles hoje?

Neste Sábado de Aleluia, enquanto muitos se preparam para celebrar a ressurreição, há um instante anterior, profundo e simbólico, que merece atenção: o silêncio. Não um silêncio qualquer, mas aquele que antecede o renascimento. É o silêncio guardado por quem habita as encruzilhadas do mundo — os nossos Guardiões.

Antes da luz, há o mistério. E é ele que nos convida, hoje, a refletir sobre a força do Òrìṣà Èṣù (Orixá Exu) e de todas as Entidades guardiãs espirituais que trabalham sob sua vibração. A tradição nos ensina que Exu não é apenas o mensageiro, mas o próprio movimento da vida. É quem carrega os recados, abre caminhos, desfaz armadilhas, aponta direções. E é sob essa força poderosa de Exu que os Guardiões atuam, com sabedoria, proteção e firmeza.

Neste sábado, enquanto se malha o “traidor” nos rituais populares, o Candomblé e a Umbanda reverenciam aqueles que não traem jamais. São eles que acolhem nossas dores sem julgamento, limpam as estradas da alma e nos devolvem a esperança.

Não há vitória sem quem vigia o portão.

Não há axé sem quem faz a energia circular.

Não há espiritualidade sem o equilíbrio entre o visível e o invisível — equilíbrio esse mantido com maestria por Exu e seus Guardiões.

Hoje é dia de vela acesa e do padê firme na encruza.

É dia de Seu Tranca-Ruas, Seu Sete Encruzilhadas, Seu Mangueira, Seu Tiriri, Seu João Caveira.

É dia de Dona Maria Padilha, Dona Mulambo, a Moça Bonita, a Moça da Rosa…

É dia de todos os compadres e comadres que protegem nossos passos e defendem nossos sonhos.

Celebremos, pois, não só a espera da ressurreição, mas a presença viva de quem cuida do agora. Que cada encruzilhada seja abençoada, que cada escolha tenha discernimento, que cada oração encontre o seu destino.

Laroyê Exu! Salve os Guardiões! Salve o Sábado de Aleluia!

Que nunca nos falte fé no caminho — e respeito a quem o guarda.

Axé para todos!