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Religiões de matriz africana crescem no Rio e em todo o Brasil

  • Foto do escritor: Paulo de Oxalá
    Paulo de Oxalá
  • 6 de jun.
  • 3 min de leitura

Foto: Caminhada pela Liberdade Religiosa - Fernando Frazão


Sinal de avanço na fé aos Orixás

 

 Os dados mais recentes do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo IBGE, revelam um avanço significativo das religiões de matriz africana em todo o Brasil. O Rio de Janeiro, com 2,59% da população se declarando praticante da Umbanda, do Candomblé ou de outras tradições afrobrasileiras, ocupa o segundo lugar no ranking nacional — uma elevação marcante em relação a 2010, quando apenas 0,89% dos fluminenses afirmavam seguir essas crenças.

 

O estado que apresenta a maior proporção de adeptos dessas religiões é o Rio Grande do Sul, onde 3,2% da população se identifica com práticas de matriz africana. Em terceiro lugar, aparece São Paulo, com 1,47%.

 

Esses números indicam mais do que simples estatísticas: evidenciam o fortalecimento, a resistência e a expansão dos cultos afrobrasileiros, que, por muitos anos, enfrentaram repressão e preconceito. Hoje, sua presença está mais consolidada, inclusive em regiões distantes dos grandes centros tradicionais dessas práticas.

 

No panorama nacional, o crescimento é ainda mais expressivo. Entre 2010 e 2022, o total de brasileiros que se declararam umbandistas, candomblecistas ou praticantes de outras religiões afrobrasileiras passou de 0,3% para 1% da população. Esse aumento representa uma triplicação em apenas uma década.

 

Outro dado relevante é a interiorização dessas tradições. Em 2010, mais de 3.900 municípios brasileiros não registravam nenhum adepto de religiões afrobrasileiras. Em 2022, esse número caiu drasticamente para 1.800, mostrando uma capilarização importante e o fortalecimento da ancestralidade em territórios diversos.

 

Apesar do avanço, o cenário ainda é desafiador em estados com forte presença de população preta e parda, como a Bahia, que não aparece entre os primeiros no ranking proporcional de seguidores dessas religiões — o que pode refletir diferentes formas de declaração ou mesmo dificuldades de autodeclaração em contextos de intolerância.

 

Quanto à configuração religiosa geral do estado do Rio de Janeiro, o catolicismo continua sendo majoritário, com 38,9% da população, seguido pelas igrejas evangélicas (32%). Pessoas sem religião somam 16,9%, enquanto os espíritas representam 3,5%. As religiões de matriz africana, com seus 2,6%, ainda que numericamente menores, têm papel fundamental na cultura, espiritualidade e identidade de milhões de brasileiros. Outras crenças somam 5,9%, e 0,2% da população não soube ou não quis responder.

 

O levantamento foi feito a partir de perguntas direcionadas a pessoas com 10 anos ou mais sobre sua religião, crença ou ritual, com um detalhamento maior em territórios indígenas. As respostas foram agrupadas em grandes blocos, entre eles “umbanda e candomblé”, que também incluem outras tradições afro-religiosas.

 

Eu, Pai Paulo de Oxalá, vejo que esses números representam não apenas um crescimento estatístico, mas um chamado coletivo à dignidade. São vozes ancestrais que agora se afirmam com mais força e visibilidade. Cada pessoa que declara com orgulho sua fé de matriz africana rompe o silêncio imposto por séculos de exclusão. Esse avanço é também uma vitória da liberdade religiosa, da cultura viva e da resistência dos nossos terreiros.

 

Ainda segundo o IBGE, algumas dificuldades técnicas impediram, por ora, um aprofundamento nos recortes internos de cada religião — como já havia ocorrido no Censo de 2010, que distinguiu, por exemplo, ateus de agnósticos e os diferentes ramos das igrejas evangélicas.

 

Mesmo assim, o que os dados de 2022 deixam evidente é que as religiões de matriz africana seguem vivas, presentes e cada vez mais reconhecidas em sua importância espiritual, histórica e cultural para o Brasil.


Kíkí Ìgbàgbọ́ àwọn Òrìṣà! (Viva a fé nos Orixás!)


Axé para todos!

 

 
 
 

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Tags: Babalorixá, Simpatia, Búzios, Tarot e numerologia

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