Por que batemos palmas no culto aos Orixás?

Foto: Pawọ́ para os Orixás – arte Pai Paulo de Oxalá

Pawọ́, elo que nos conecta com o sagrado

Nas oferendas e rituais, as palmas desempenham um papel fundamental. Elas são mais do que um simples gesto; são uma forma de celebração e atenção. Quando batemos palmas, estamos manifestando nossa aprovação a algo ou chamando a atenção para uma situação específica.

Em apresentações artísticas, a palma serve tanto para aprovar o espetáculo quanto para elogiar a performance do artista. Em situações cotidianas, como na ausência de uma campainha, batemos palmas para chamar a atenção de alguém.

Qual é o significado das palmas para os Orixás?

O Ìṣápẹ́ ou pawọ́ (a palma), na tradição dos Orixás, é uma saudação às divindades. Os africanos, em sua cultura ancestral, costumam cantar, dançar e bater palmas em diversas circunstâncias. Essa prática foi trazida ao Brasil pelos povos africanos e, por isso, o pawọ́ é também uma característica do Candomblé, que foi estruturado no Brasil pelos antigos africanos. Assim, no Candomblé, cantamos, dançamos e batemos palmas, perpetuando uma tradição que honra os Orixás.

Como disse, a palma é uma saudação, mas também é usada como forma de agradecimento e louvação. Quando um iniciado bate cabeça para o seu Bàbálórìṣà ou Ìyálórìṣà, ele também bate palmas em sinal de respeito. Quando arriamos as oferendas, batemos palmas, convidando os Orixás para recebê-las. Também batemos palmas diante do igbá (assentamento) do Orixá, demonstrando respeito e louvor.

Durante o processo de iniciação, o pawọ́ é a forma de comunicação com o ẹgbẹ́ (sociedade do terreiro). Ao finalizar a Sàsányìn (ritual das folhas), batemos palmas; ao concluir o Jẹun (refeição sagrada), também batemos palmas. Em muitos ritos, o pawọ́ é imprescindível, pois é o elo que nos conecta diretamente com o sagrado.

Àwọn ìpatẹ́wọ́ mímọ́ ni ìdárayá sí àwọn Òrìṣà! (As palmas sagradas são festejos aos Orixás!)

Axé para todos!