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Pai Yangô celebra 62 anos reafirmando a luta pela fé e pela liberdade religiosa

  • Foto do escritor: Paulo de Oxalá
    Paulo de Oxalá
  • há 22 horas
  • 3 min de leitura
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Foto: Pai Jorge de Ògúnjà e Pai Yangô de Obaluaiyê – arquivo de Pai Yangô



Babalorixá segue incansável nas visitas aos terreiros

 

Nesta terça-feira, 26 de agosto, o Rio de Janeiro celebra a vida e a trajetória de um dos grandes nomes das religiões de matriz africana: Pai Yangô de Obaluaiyê, que completa 62 anos de idade. Marcelo Dias, seu nome de nascimento, transformou sua caminhada espiritual em um compromisso público pela preservação da cultura afro-brasileira e pela defesa da liberdade religiosa.

 

Nascido em 1963, no bairro de Botafogo, Pai Yangô desde criança já demonstrava sua vocação espiritual. Aos sete anos, era encontrado pela mãe em terreiros de Umbanda, batendo palmas para as Entidades. Foi o Caboclo Cobra Coral, da sacerdotisa Babá Dalva de Yemanjá, quem primeiro revelou sua mediunidade e o caminho que deveria seguir. Esse mesmo terreiro, localizado no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, viria mais tarde a ser vítima de uma das faces mais duras da intolerância religiosa, expulso por traficantes que se diziam evangélicos.

 

Depois de sua iniciação na Umbanda, a saúde frágil levou Marcelo ao encontro do Candomblé. Foi nas mãos do Babalorixá Pai Jorge de Ògúnjà, em Nilópolis, que recebeu a confirmação de sua missão espiritual. Em 17 de julho de 2001, foi iniciado para Obaluaiyê e Oxum, dando início a uma nova etapa de sua vida religiosa.

 

O nascimento do Agen-Afro

 

Da vivência dentro dos terreiros e da percepção da falta de uma agenda organizada das casas religiosas, nasceu a semente do Agen-Afro. Primeiro como uma pequena agenda de festas, depois como espaço em programas de rádio, o projeto cresceu até se transformar em uma plataforma ampla de comunicação: revista impressa, portal na internet, perfis nas redes sociais e uma atuação constante na defesa das tradições afro-brasileiras.

 

Hoje, o Portal Agen-Afro é referência na luta contra o preconceito, registrando e denunciando casos de intolerância religiosa, além de divulgar eventos e informações que fortalecem a cultura afro-brasileira. Seu trabalho tem dado visibilidade a situações graves, principalmente no Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense, onde terreiros vêm sendo obrigados a fechar suas portas diante de perseguições violentas.

 

Um sacerdote que se tornou voz coletiva

 

A trajetória de Pai Yangô não se resume à sua própria história espiritual. Ele se tornou um porta-voz de toda uma coletividade religiosa, denunciando injustiças, registrando festas e celebrações, e levando para as redes sociais a riqueza dos ritos, saberes e tradições do povo de santo. Sua atuação o coloca como um dos mais importantes defensores da liberdade religiosa no país.

 

Aos 62 anos, depois de enfrentar até mesmo um delicado procedimento cirúrgico, do qual saiu vitorioso, Pai Yangô reafirma seu compromisso com os Orixás e com a luta pela fé. “Agradeço a Olódùmarè, a Ògún, a Ọbalúwáiyé e a Ọ̀ṣun por todas as graças recebidas. Continuo acreditando que nosso trabalho ainda tem muito a contribuir. A luta é grande, mas seguimos firmes”, declarou em recente entrevista.

 

Celebração de fé e resistência

 

A vida de Pai Yangô é um exemplo de que fé e resistência caminham lado a lado. Do menino que sumia de casa para assistir aos rituais de Umbanda ao líder religioso que hoje inspira milhares de pessoas, sua trajetória é marcada por coragem, dedicação e amor às tradições africanas.

 

No dia em que completa 62 anos, o Agen-Afro, sua grande criação, também é celebrado como legado coletivo de sua luta. Afinal, mais do que informar, a agência se tornou um escudo contra a intolerância e uma ferramenta de valorização da ancestralidade.

 

Ayọ̀ ní fún ọkùnrin tí ó yè láti sọ̀rọ̀ ìtàn rẹ! (Feliz é o homem que sobrevive para contar sua história).

 

Axé, Pai Yangô! Que sua caminhada siga iluminada pelos Orixás!

 
 
 

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Tags: Babalorixá, Simpatia, Búzios, Tarot e numerologia

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