Pai Celinho de Ọmọlu relembra despedida a Preta Gil antes da viagem aos Estados Unidos
- Paulo de Oxalá

- 25 de jul.
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Foto: Preta Gil e Pai Celinho de Ọmọlu — Arquivo pessoal de Pai Celinho
Velório da cantora acontece no Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha
Preta Gil partiu no último domingo 20 de julho, Dia do Amigo, cercada por afeto, como viveu. E nesta sexta-feira, 25 de julho, seu velório acontece em mais uma data repleta de significado. O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha celebra a força, a resistência e a ancestralidade de mulheres como ela.
Preta foi uma mulher livre. Rompeu barreiras, desafiou padrões e viveu com coragem. Falou do corpo com naturalidade, cantou a vida com intensidade e enfrentou o machismo e o racismo com firmeza e ternura. Sua trajetória se tornou um manifesto de liberdade, autoestima e amor ao próximo.
Em um momento de profunda luz, Preta descreveu seu pai, Gilberto Gil, como um Orixá vivo, alguém que a fortalecia espiritualmente e emocionalmente. Ela nunca se desvinculou da fé. Honrava os Orixás, respeitava o sagrado e soube caminhar entre a tradição e a ousadia do seu tempo.
Pai Celinho de Ọmọlu, Babalorixá de Preta Gil, com quem ela cultivava um vínculo de carinho e profunda espiritualidade, compartilhou a lembrança da última visita da cantora ao terreiro, antes de embarcar para os Estados Unidos.
“Preta tinha a doçura de Oxum e o destemor de Yansã. Quando vinha ao terreiro, conversava com todos e se entregava aos rituais com fé verdadeira. Lembro quando recebeu o diagnóstico e disse que tornaria público para alertar sobre o cuidado com o corpo. E foi o que fez. Antes de viajar aos Estados Unidos, esteve aqui e mais uma vez, cheia de simpatia, abraçou a todos. Preta viveu com dignidade e compartilhou sua jornada com coragem. Guardarei dela a imagem de uma mulher intensa, amorosa e fiel à sua essência. Preta Gil de Oxum é luz.”
O velório de Preta será aberto ao público no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, das 9h às 13h. Um momento de despedida, reverência e valorização da vida.
Neste 25 de julho, data que honra as mulheres negras do nosso continente, Preta Gil se eterniza como símbolo de empoderamento, beleza, ancestralidade e liberdade. Sua história nos convida a viver o presente com intensidade e verdade.
Axé para todos!




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