Opaxorô e a Cruz: Caminhos de Fé e Conduta

Foto: Opaxorô e cruz - caminhos de fé / Pai Paulo de Oxalá

Dois símbolos nascidos da força divina

Nesta Sexta-feira, em que muitos reverenciam o sacrifício de Jesus, nós que cultuamos os Orixás, reverenciamos a serenidade de Oxalá, o grande pai, senhor criação e da pureza. E há muito o que aprender nesse encontro entre o axé do branco de Oxalá e a luz da cruz, símbolo de fé para tantos.

Com passos tranquilos, Oxalá segura em suas mãos o Ọ̀pá ṣóró (Opaxorô) — seu bastão sagrado. Para quem olha de fora, pode parecer apenas um cajado. Mas quem é de axé sabe: ali está a força que moldou o mundo. O Opaxorô não é só apoio — é autoridade ancestral. É com ele que Oxalá guia os caminhos, separa o certo do errado, marca o tempo e traça o destino com passos lentos, mas firmes.

Ele não fere — direciona.

Ele não pesa — sustenta.

É o bastão da paciência, da retidão e da criação.

É o sinal de quem anda com sabedoria e dignidade.

Na fé cristã, há também um símbolo poderoso: a cruz.

À primeira vista, um instrumento de dor.

Mas, ao longo do tempo, ela se transformou em emblema de esperança, de superação, de amor que vence o impossível.

É também um guia — um lembrete de que o caminho do bem nem sempre é o mais fácil, mas é sempre o mais justo.

Cruz e Opaxorô: dois símbolos, dois caminhos, uma mesma essência.

Ambos exigem fé. Ambos exigem conduta.

Ambos sustentam aqueles que escolhem caminhar com verdade.

A cruz foi erguida para matar — e se fez símbolo de vida.

O Opaxorô aponta o caminho — e ensina que se caminha com honra, silêncio e firmeza.

Que nesta sexta-feira, independentemente da sua fé, você possa refletir:

O que te sustenta nos momentos de dor?

Que conduta você carrega nos ombros?

O que o seu caminhar ensina aos que te seguem?

Que Oxalá abençoe seus passos.

Que sua fé seja seu cajado.

E que, mesmo em tempos difíceis, você nunca se esqueça:

É pelo caminho da retidão que se chega ao renascimento.

Ẹ̀ ṣe e ó, Bàbá. Epà Bàbá! Salve Oxalá!

Axé para todos.