Nei Lopes e Leonardo Bruno celebram o Salgueiro em livro sobre o quilombo moderno

Foto: Nei Lopes e Leonardo Bruno exaltam o Salgueiro – arte Pai Paulo de Oxalá

O lançamento na UERJ promete uma homenagem à escola que revolucionou os desfiles.

Sempre sintonizado com temas culturais e afro-religiosos, Nei Lopes é uma referência literária em obras sobre o legado dos ancestrais africanos no Brasil. Já Leonardo Bruno é jornalista, comentarista de carnaval na TV Globo, roteirista e autor de livros como O Canto de Rainhas (2021). Juntos, unem forças para celebrar a história do G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro no livro Salgueiro, o ‘quilombo’ moderno: batuqueiro, mandingueiro, diferente, lançado pelo Acervo Universitário do Samba da UERJ. O evento ocorrerá na terça-feira, 29 de outubro, às 18h30, no Teatro Odylo Costa, filho, no campus Maracanã, com entrada gratuita.

A noite promete atrair fãs do Salgueiro e apreciadores da cultura afro-brasileira, contando com uma sessão de autógrafos com os autores, uma roda de samba ao som de clássicos do Salgueiro e de Nei Lopes e uma apresentação do casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola.

Nei Lopes e Leonardo Bruno uniram suas experiências em cultura e carnaval e transformaram o livro Salgueiro, o ‘quilombo’ moderno: batuqueiro, mandingueiro, diferente em um verdadeiro patrimônio histórico, imprescindível para qualquer apreciador ou estudioso do mundo do samba.

Ilustrada por Antonio Vieira, a obra é o sétimo volume da série biográfica do projeto Acervo Universitário do Samba. É fruto de três anos de pesquisa e mergulha na trajetória do Salgueiro, fundado em 1953, apresentando seus personagens em um almanaque de 272 páginas, com prefácio da pesquisadora Rachel Valença.

Para Nei Lopes, o Salgueiro sempre foi uma "escola diferente", com um som único e inovador desde a famosa bateria, a "Furiosa". Ele destaca que o Salgueiro inovou ao incorporar enredos politizados e críticos, rompendo com o padrão de puro entretenimento no carnaval. Leonardo Bruno complementa que foi o Salgueiro quem popularizou enredos de raízes negras e trouxe a figura da passista para o desfile. Ele lembra a criação do icônico samba-enredo Peguei um Ita no Norte (Explode Coração) como um marco da escola, sempre em busca de se destacar entre as grandes. "O Salgueiro nasceu com a missão de inovar, e isso moldou sua identidade ao longo das décadas", afirma.

A obra evidencia o papel do Salgueiro como "quilombo moderno", um espaço de resistência e acolhimento para a comunidade negra, onde cidadãos marginalizados encontraram um lugar para se expressar. Essa ideia central guiou o desenvolvimento do livro, no qual Nei Lopes, com dezenas de livros publicados, e Leonardo Bruno, além de livros, roteirista de filme e jurado do Prêmio Estandarte de Ouro do jornal O Globo, uniram maestria para documentar o rico legado salgueirense. "Essa parceria com Nei é uma honra e uma realização pessoal", afirma Bruno, que iniciou sua carreira escrevendo sobre o Salgueiro e agora lança esta obra ao lado de seu ídolo e parceiro.

Coordenado pelo professor Luiz Ricardo Leitão, o Acervo Universitário do Samba tem sido fundamental na preservação e promoção da cultura popular, reunindo, desde 2015, biografias de ícones do samba e do carnaval carioca, como Noca da Portela e Rosa Magalhães.

Àwọn iṣẹlẹ máa ń di ayérayé nígbà tí wọ́n bá fi wọn sí ìtàn. (Fatos só se tornam eternos quando gravados na história.)

Axé para todos!