top of page

Livro Agressão, de Ana Paula Araújo, faz denúncia e dá voz ao ventre ancestral

  • Foto do escritor: Paulo de Oxalá
    Paulo de Oxalá
  • 1 de jul.
  • 2 min de leitura
ree

Foto: Ana Paula Araújo com o livro Agressão – Pai Paulo de Oxalá


 As Ìyámi e a justiça para as mulheres

 

A jornalista Ana Paula Araújo lança luz sobre as feridas abertas pela violência contra a mulher em seu livro “Agressão – A Escalada da Violência Doméstica no Brasil”. A obra mostra que cada mulher violentada carrega em si a marca de um ventre sagrado que foi profanado. Na cultura yorubá, ferir uma mulher é mais do que um ato de covardia: é um atentado contra a força vital que sustenta o mundo, é afrontar as Ìyámi Òṣòrọ̀ngà, as Grandes Mães Ancestrais.

 

As Ìyámi são a origem de tudo o que vive e pulsa. Donas do útero primordial, são guardiãs da fertilidade, do crescimento, da nutrição e também da justiça que corrige desequilíbrios. Por isso, cada violência cometida contra uma mulher ressoa como uma ruptura no próprio axé que mantém a vida em movimento. Ana Paula reúne histórias de meninas, mães, avós, mulheres trans e trabalhadoras invisíveis, mostrando que a dor não é isolada: ela se propaga, sangra em muitas camadas e contamina lares, comunidades, gerações.

 

No entanto, assim como as Ìyámi não se limitam ao papel de criadoras, as mulheres também carregam em si o poder de romper os ciclos de violência. No culto aos Orixás, as Àwọn Àyàbá (Mães Rainhas), ou Yabás — Ọ̀ṣun, Yemọja, Ọ̀yà, Obá, Ewá e Nàná — são vozes vivas desse princípio ancestral. Elas nos ensinam que ser mulher é também saber se reinventar, proteger-se e lutar por justiça. É reconhecer-se guardiã de si mesma e das outras. É reunir coragem para denunciar, para exigir respeito, para renascer depois das dores.

 

O livro de Ana Paula não é apenas uma denúncia: é um chamado para que sociedade e Estado se comprometam com uma mudança estrutural. Mas, para quem compreende a força das Ìyámi, é também um lembrete de que, ao defender as mulheres, estamos zelando pela saúde espiritual do mundo. Proteger uma mulher é fortalecer o axé de toda a comunidade. Ferir uma mulher é abrir rachaduras profundas no tronco da vida.

ree

 Foto: Ana Paula e Pai Paulo lançamento do livro Agressão – assessoria de Ana Paula


Na tradição yorubá, diz-se: Obìnrin ni àkóko ìmọ̀lára ayé (A mulher é o primeiro sentimento do mundo). Que o grito dessas histórias desperte em cada um de nós a responsabilidade de não permitir que a raiz do feminino seja esmagada pela ignorância e pela injustiça.

 

Honrar as mulheres é honrar as Ìyámi Òṣòrọ̀ngà, e honrar as Ìyámi é garantir que o ciclo da vida continue a girar: fértil, justo e protegido para todos.

 

Salve às nossas Grandes Mães. Viva a todas as mulheres.

Parabéns, Ana Paula! Que sua voz seja forte o bastante para que nenhuma mulher agredida se veja obrigada a calar.


Axé para todos!

 
 
 

Comentários


WhatsApp-icon.png

Todos os Direitos Reservados a Paulo de Oxalá

R. das Laranjeiras, Rio de Janeiro - RJ

+55 (21) 2556-9009

+55 (21) 99400-7107

paulodeoxala@uol.com.br

Tags: Babalorixá, Simpatia, Búzios, Tarot e numerologia

  • Instagram ícone social
  • YouTube Social  Icon
  • Facebook Basic Square
bottom of page