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Impasse entre Museu da República e o Nosso Sagrado, coordenado por Mãe Meninazinha

  • Foto do escritor: Paulo de Oxalá
    Paulo de Oxalá
  • 24 de set.
  • 2 min de leitura
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Fotos: Mãe Meninazinha e peças sagradas reprodução TV Globo


Em 2020, as peças que estavam na Polícia Civil do Rio, foram recebidas pelo Museu da República

 

O acervo Nosso Sagrado, coordenado por Mãe Meninazinha de Oxum, reúne mais de 500 peças de religiões de matriz africana, entre elas os primeiros objetos tombados na história do Brasil. Esses itens, apreendidos pela polícia no século 19 durante a criminalização da fé afro-brasileira, permaneceram mais de cinquenta anos guardados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.

 

Graças à mobilização do movimento Liberte Nosso Sagrado, lideranças religiosas conquistaram em 2020 a transferência do acervo para o Museu da República. Essa conquista foi uma vitória histórica contra a antiga e preconceituosa classificação de “Coleção Magia Negra”.

 

A expectativa era que o material fosse pesquisado e colocado em exposição com a curadoria do próprio povo de terreiro. Mas passados cinco anos a mostra já foi adiada oito vezes, sempre com justificativas burocráticas e estruturais, mantendo o público afastado desse patrimônio sagrado.

 

O atual impasse está na gestão. Líderes religiosos defendem um modelo compartilhado, coordenado por Mãe Meninazinha, reconhecida como protagonista da luta pela devolução das peças. O museu e o Instituto Brasileiro de Museus não rejeitam a proposta, mas alegam dificuldades jurídicas para formalizá-la, já que seria algo inédito no país.

 

Para a defensora pública federal Natália Von Rondow, a participação direta das comunidades tradicionais é fundamental não apenas para garantir respeito às tradições, mas também como reparação histórica. Ela lembra que essas peças não nasceram como acervo, pois foram tomadas à força em atos de violência contra a religiosidade afro-brasileira.

 

Enquanto não há consenso, o destino das peças permanece indefinido. Para as lideranças de axé, a demora ameaça transformar novamente o “Nosso Sagrado” em um acervo silenciado. Mãe Meninazinha reforça que é o povo de terreiro quem deve conduzir essa história, pois os objetos de culto pertenceram aos ancestrais e são herança sagrada. Foram anos de confisco pelo poder público e de luta incessante pela restituição. Por isso, nada é mais justo do que garantir que a gestão seja compartilhada pelo povo de Orixá.

 

Eu, Pai Paulo de Oxalá, como sacerdote de Candomblé, reafirmo que não se trata apenas de gestão de acervo, mas de respeito ao sagrado. É uma questão de reparação, de dignidade e de reconhecimento. A luta de Mãe Meninazinha, junto ao povo de axé, é para que esses objetos falem por si, em nossa voz e em nossa memória. Que a justiça seja feita e que a verdade dos terreiros prevaleça.


Axé para todos!


Fonte: Mãe Nilce Naira e TV Globo

 
 
 

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Tags: Babalorixá, Simpatia, Búzios, Tarot e numerologia

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