Edvana Carvalho: Coragem e Axé que Inspiram
- Paulo de Oxalá

- 16 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
Foto: Edvana Carvalho na Premiação dos Melhores do Ano - divulgação
Atriz celebra conquista em Renascer com gratidão aos Orixás
Na noite do domingo, 15, durante a Premiação dos Melhores do Ano no “Domingão com Huck”, a atriz Edvana Carvalho protagonizou um momento histórico ao agradecer aos Orixás por sua conquista. O discurso ocorreu diante de um público diverso, incluindo a apresentadora evangélica Patrícia Abravanel e o elenco completo da TV Globo, e repercutiu amplamente nas redes sociais, colocando o nome da atriz entre os mais comentados no X (antigo Twitter). “Eu queria agradecer ao Orixá, porque sem folha não tem vida, e foi o Orixá que levou essa novela do início ao fim”, declarou Edvana, que interpretou Inácia na novela Renascer, eleita a melhor do ano.
O reconhecimento de Edvana é um reflexo da força da novela Renascer em destacar a riqueza das religiões de matriz africana. Durante toda a trama, a história da Ìyálóríṣà (mãe de santo) Inácia trouxe às telas rituais e crenças que são fundamentais para o Candomblé e para a cultura afro-brasileira, promovendo um verdadeiro mergulho no sagrado.
No início da novela, Inácia usa seus conhecimentos religiosos para salvar José Inocêncio (Humberto Carrão), que sofreu um atentado. A cena retratou com riqueza de detalhes a realização de um ebó, ritual de limpeza espiritual, utilizando elementos como o àkàsà (mingau de milho branco enrolado na folha de bananeira), àwọn ewé(folhas sagradas), ẹyin(ovo) e gúgúrú (pipoca). A narrativa destacou também a importância do Odù (destino individual) e do Orí(cabeça) como fundamentos espirituais na vida dos personagens. Com esses elementos, Inácia pede a intercessão de Ògún para afastar a morte e proteger José Inocêncio, mostrando que a fé é a base de qualquer ritual.
Ao longo da trama, a novela também promoveu o diálogo inter-religioso. Em uma das cenas mais marcantes, Inácia conversa com o Pastor Lívio (Breno da Matta) sobre Deus, fé e os Orixás, explicando a diferença entre Yemanjá e Nossa Senhora e ressaltando a pluralidade dos Orixás cultuados. Esse encontro reforçou a possibilidade de convivência harmoniosa entre diferentes crenças, promovendo respeito e compreensão mútua.
A coragem de Edvana Carvalho em enaltecer os Orixás em uma premiação de grande visibilidade reflete não apenas a força de sua personagem na novela, mas também a resistência e a relevância das religiões afro-brasileiras. Renascer não apenas emocionou o público, mas também educou e abriu espaço para discussões importantes sobre identidade, fé e ancestralidade.
Parabéns à TV Globo, ao autor Bruno Luperi, ao elenco e à equipe de produção por trazer à tona a beleza e a complexidade das religiões de matriz africana. E parabéns a Edvana Carvalho, que com sua interpretação e discurso, reafirmou a importância de honrar nossas raízes e de lutar pelo respeito a todas as manifestações de fé.
Láàyè ìgbàgbó àwọn Òrìṣà! (Viva a fé nos Orixás!)
Axé para todos!




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