Cristo Redentor recebe iluminação especial homenageando os povos indígenas
Foto: Cristo e povos indígenas - Pai Paulo de Oxalá
Data remete ao reconhecimento e à valorização cultural desses povos
Apesar de tanto sofrimento impostos aos povos indígenas, hoje, 19 de abril, é um dia dedicado a eles que estão nessa terra há mais de 500 anos, antes da chegada dos colonizadores.
Essa data remete ao reconhecimento e à valorização cultural desses povos, que contribuíram para a formação do nosso país.
A escritora e ativista social Papiõn Santos revela que ela, juntamente com outras lideranças indígenas, celebrará a data de hoje, às 18h, pela primeira vez no Cristo Redentor, que irá receber uma iluminação especial.
“Era um sonho ter esse reconhecimento com os povos indígenas. Agradeço ao Santuário Arquidiocesano do Cristo Redentor, sob a diretriz do Padre Omar, que tornou possível essa homenagem”.
O dia 19 de abril marca o início do movimento indígena no Brasil, quando, em 1940, lideranças indígenas de diferentes etnias se reuniram no Congresso Indigenista Interamericano, em Patzcuaro, no México, para discutir seus direitos e reivindicações. Desde então, a data simboliza a luta contínua dos povos indígenas por seus direitos, territórios e culturas.
Wilza Neves Silva, da coordenação do Núcleo de Povos Originários do Cristo Redentor, também está na organização dessa celebração no Corcovado.
“Estou muito feliz em estar celebrando essa data. Eu sou otimista, pois apesar das adversidades creio que podemos ajudar a mudar a situação dos povos indígenas em nosso país. Temos líderes como Davi Kopenawa, Ailton Krenak e muitos outros que estão em constante luta por todos, por isso acho importante termos uma data que dá visibilidade as causas indígenas.”
No último dia 5 de abril, Ailton Krenak foi o primeiro indígena a ingressar na Academia Brasileira de Letras, tornando-se o sétimo ocupante da cadeira número 5, que já pertenceu a Rachel de Queiróz e a José Murilo de Carvalho.
Ailton Krenak é uma figura importante no cenário socioambiental brasileiro, cujo trabalho inspira reflexões sobre a relação entre humanidade, cultura e natureza, bem como sobre a urgência de se repensar os modelos de desenvolvimento e convivência com o planeta.
Já Davi Kopenawa é um Xamã e líder político do povo Yanomami, presidente da Hutukara Associação Yanomami, ativista na defesa dos povos indígenas e da Floresta Amazônica, além de autor, roteirista, produtor cultural e palestrante. É uma das lideranças intelectuais, políticas e espirituais mais importantes no panorama contemporâneo de defesa dos povos originários, do meio ambiente, da diversidade cultural e dos direitos humanos, com reconhecimento nacional e internacional. É também autor da obra A queda do céu – palavras de um xamã yanomami (2010), em coautoria com o antropólogo francês Bruce Albert.
As celebrações soarão em todo território nacional, pois o Dia dos Povos Indígenas é uma ótima oportunidade para valorizar essa extraordinária cultura nativa, reconhecendo-a como um patrimônio de costumes fundamentais para toda a humanidade.
No tupi-guarani:
Ñandejara ovy apé rekó pepẽnguá! (Que Deus abençoe a todos!)
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