A força e a fé de Rita Batista
- Paulo de Oxalá

- 30 de mai.
- 2 min de leitura

Foto: Rita Batista com seu livro A Vida é um Presente / Instagram
Ela é Monankise, filha do Candomblé Angola
Baiana, nascida em Salvador, Rita Batista carrega há mais de 20 anos os fundamentos e os segredos do Candomblé de Angola. Seu axé não é adorno — é essência, é caminho, é força que se manifesta no sorriso largo, na palavra certeira e no olhar que abraça.
Extrovertida, inteligente e absolutamente autêntica, Rita não passa despercebida. Quem a acompanha nas manhãs de sábado no programa “É de Casa”, da TV Globo, percebe rapidamente que sua presença na televisão vai além do profissionalismo. Sempre exuberante, ela brilha ao lado de seus colegas queridos — Maria Beltrão, Talitha Morete e Thiago Oliveira —, formando um time que entrega leveza, cumplicidade, inteligência e alegria, uma verdadeira aliança de afeto nas manhãs de sábado.

Foto: Talitha Morete, Rita Batista, Maria Beltrão e Thiago Oliveira – Instagram
Rita representa um Brasil que se reconhece na própria ancestralidade, na própria beleza e na própria espiritualidade. Seus movimentos enfeitam as palavras. Sua comunicação não é apenas técnica — é afeto, é herança, é axé. É possível ouvir, em cada frase, os ecos dos saberes dos mais velhos, o chamado da memória ancestral e a doçura dos encontros no barracão. Ela aprendeu nos terreiros que o silêncio também comunica, que a palavra cura e que o equilíbrio é fundamento.
Seja na TV, nas rádios, nos palcos ou nos encontros da vida, Rita carrega um compromisso: levar o sagrado para além dos muros do terreiro, de forma que acolhe, ensina e transforma, sem impor, mas propondo. Foi desse desejo de partilhar o que acalma, fortalece e orienta que nasceu seu livro: “A Vida é um Presente — Mantras Para o Seu Dia a Dia”, lançado em 2024.
A obra, que reúne 111 mantras, nasceu do podcast “Tudo Odara”, criado durante a pandemia. Ali, Rita compartilhou vivências espirituais, reflexões e sabedorias que atravessam tanto sua trajetória na comunicação quanto sua caminhada no Candomblé. O livro é, na verdade, um convite à reconexão consigo, com o outro e com o que é sagrado — seja qual for sua fé.
Rita Batista nos lembra que espiritualidade não é conceito, é prática. Está no gesto que acolhe, na palavra que acende esperança, na bênção que se deseja a quem cruza nosso caminho, no axé que se compartilha diariamente. Ela nos inspira porque tem orgulho de ser uma mulher nordestina, de axé, que ergue sua voz para honrar sua cultura, sua história e sua fé.
No terreiro, na televisão, na literatura, nos palcos ou nos encontros da vida, Rita é essa potência que reafirma, com firmeza e doçura, que ser de axé é também um jeito de transformar o mundo — com palavra, com amor e com fé.
Rita Batista é prova viva de que quando o axé caminha junto com a comunicação, o resultado é consciência, transformação e esperança — para o povo de terreiro, para quem busca ancestralidade e para toda a sociedade brasileira.
Kiyúa Mbuntu Ngola! (Viva a Nação Angola!)
Aueto!
Observação: Monankise - Munanzeza (iniciada - Candomblé Angola)




Comentários