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  • Foto do escritorPaulo de Oxalá

Salve os Povos Indígenas! Salve o Caboclo Janarí!





Janarí era um caboclo que conhecia todas as plantas e árvores boas e venenosas da floresta. Ele tinha grande amizade com os canamaus, indígenas habitantes ribeirinhos do alto Ipixuna (principal e maior afluente do rio Juruá).


Por conhecer tanto a cultura dos europeus como a dos nativos, Janarí passou a usar seus saberes sobre ervas e plantas para ajudar na cura das doenças que atingiam os ribeirinhos e os habitantes da floresta.


Num desses socorros, ele conheceu uma índia chamada Jaraci. A mãe de Jaraci estava muito doente, e o pajé da tribo não tinha debelado aquela terrível enfermidade. Mas Janarí conseguiu curar a mãe de Jaraci.


Como a mãe dela era uma das esposas do cacique, Janarí tinha por direito fazer qualquer pedido e este não poderia ser negado pelo cacique. Por estar enamorado de Jaraci, ele pediu a jovem índia em casamento. Apesar de não poder negar qualquer pedido ao caboclo, o cacique não aceitou a união. Porém, para não faltar com a palavra e a tradição do seu povo, o cacique impôs uma condição: Janarí poderia até se casar com Jaraci desde que ele passasse por um rito tradicional de resistência.


Como Janarí queria muito ficar com Jaraci, aceitou o rito. Ele foi colocado nu em um imenso buraco cheio de formigas caçapós (saúvas). Ele deveria ficar sete dias dentro do buraco e resistir aos cortes das formigas. O buraco era tapado com trançados de palmeira e o cacique colocou dois sentinelas para não deixar Janarí sair antes do prazo.


Como conhecia muito mato, ele descobriu que dentro do buraco nascia uma pequena raiz, que ao ser esfregada no corpo, as formigas se afastavam. Então, ele fingia que se debatia para afastar as formigas para aproveitar e esfregar o tal cipó no corpo. As formigas em vez de mordê-lo ficavam andando em círculos em volta dele.

Os sete dias se passaram, e o cacique mandou abrir o buraco. E para o seu espanto, lá estava Janarí sentado, com as caçapós em sua volta sem molestá-lo.


Diante disso, não só aconteceu o casamento como ele passou a ser considerado no meio deles como o pajé Janarí.

Ele e Jaraci se casaram, tiveram muitos filhos e ao morrer virou um nhendi (espírito de luz).


Erape Janarí!


Okê Caboclo!

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