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  • Foto do escritorPaulo de Oxalá

Religiosos de matriz africana não aceitam justificativas de Ludmilla


Foto: cantora Ludmilla no Festival Coachella na Califórnia EUA - divulgação


 Show mostrou frase agressiva contra Tranca Ruas


A cantora Ludmilla, que se apresentou recentemente no Festival Coachella, na Califórnia, EUA, enfrenta acusações de intolerância religiosa. Um usuário das redes sociais destacou um trecho do vídeo de sua apresentação onde aparece a frase: "Só Jesus Expulsa o Tranca Rua das Pessoas", o qual gerou polêmica por seu conteúdo potencialmente ofensivo às religiões de matriz africana. Após a repercussão negativa, Ludmilla se manifestou nas redes sociais nesta segunda-feira (22), defendendo-se das acusações.

 

Em sua defesa, Ludmilla argumentou que a frase foi mal interpretada e retirada de seu contexto original. Ela explicou que a imagem faz parte do vídeo usado em seu show "Rainha da Favela", que inclui várias referências aos ambientes e experiências de sua vida. Ludmilla afirmou ainda que essa representação foi erroneamente distorcida, posicionando-a de forma contrária aos seus verdadeiros valores e crenças.

 

No entanto, esse caso mobilizou o povo de axé, que conta com denúncias de lideranças da Umbanda e do Candomblé contra a cantora no Ministério Público.

 

A Etemí Flávia de Oxum, coordenadora do Presente de Yemanjá em Sepetiba, escreveu nas redes sociais que a frase no show da cantora prestou um desserviço às religiões de matriz africana.

“Não importa se Ludmilla estava mostrando a realidade da favela como ela explicou, favelas essas que em muitas delas há a expulsão de moradores que são das religiões de Matriz Africana. O fato é que essa frase rodou o mundo e em nada nos ajudou, pelo contrário, foi um desserviço para a nossa luta contra a intolerância religiosa e pelo Estado de Direito laico e Democrático”.

 

O deputado Átila Nunes (MDB-RJ) entrou com uma denúncia junto ao Ministério Público pedindo a retirada do trecho ofensivo.

“Ludmilla cometeu o crime de vilipêndio religioso ao exibir publicamente um vídeo claramente agressivo à Umbanda, bem como reforçou o sentimento preconceituoso contra as religiões de matriz africana”.

 

O Babalawô Ivanir dos Santos também entrou com uma representação contra a cantora.

“Não é apenas sobre religião; é sobre respeito, é sobre entender a profundidade dos símbolos de nossa ancestralidade. O preconceito tem muitas faces e hoje me vejo na posição de exigência, responsabilidade e conscientização”.

 

A Yalorixá Mirian de Oyá, dirigente do Ilê de Oyá, ressalta que Ludmilla se explicou, mas não convenceu.

“Ludmilla é uma pessoa pública, uma artista consagrada que não precisa desse tipo de publicidade. Então, ela se explicou, mas não convenceu. Nós queremos uma retratação pública, pois religião não se expõe dessa forma”.

 

Pai Márcio de Jagun da Secretaria de Diversidade Religiosa do Rio de Janeiro enfatiza que é preciso esclarecimento para entender de liberdade religiosa.

“Temos que aprender a lidar com a liberdade religiosa, pois qualquer agressão a fé do outro é violência. Ludmilla tem muito talento e é triste vermos esse talento se misturar com um assunto tão sério como a fé das outras pessoas. Não dá para ficar assim”.

 

O jornalista e umbandista Alessandro Valentim destaca que a equipe da cantora não soube avaliar o peso do assunto ligado à religião.

“O que mais me deixa indignado é que se o contexto realmente era outro, como ninguém da equipe reparou a repercussão que isso poderia gerar? Não houve preocupação, não teve retratação imediata, o que reforça ainda mais a intolerância religiosa. Não podemos deixar passar”!

 

Todos são unânimes em que a justificativa da artista não convenceu, pois ela expôs para o mundo uma frase sobre Sr. Tranca Ruas, que é muito amado em nossa religião.

 

Eu, Paulo de Oxalá, reforço a necessidade de conscientização quando se trata de assuntos relacionados à cultura afro-brasileira. É imprescindível um olhar mais atento para que não haja ambiguidade na interpretação que ataque o nosso direito constitucional.  Tudo tem que ser bem coerente e justo, como é Tranca Ruas.

 

Que o respeito à fé do outro prevaleça!

 

Salve a falange de Tranca Ruas!

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