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Foto do escritorPaulo de Oxalá

Por que as Entidades se chamam Morcego, Caveira, Tranca Ruas e Molambo


Foto: Exus e Pombagiras - reprodução


Qual a finalidade do uso das palavras ‘Exu’ e ‘Pombagira’ antes dos seus nomes?

 

Exu é o Orixá da etnia yorubá, conhecido por transitar livremente por todo o universo, levando as mensagens dos outros Orixás até a Terra. Como grande conhecedor de tudo o que existe, Exu atua como um fiscalizador universal, sendo responsável por abrir caminhos e remover barreiras que impedem a evolução material e espiritual.

 

No Candomblé, Exu é cultuado como um Orixá indispensável e consagrado (feito) no orí (cabeça) daqueles que são seus filhos.

 

Já pela doutrina umbandista, Exu é chefe de falange; por isso, tem sob sua orientação espíritos que auxiliam os humanos a melhorar suas trajetórias terrenas.

Esses espíritos são conhecidos como Entidades evolutivas e, ao se manifestarem nos terreiros, utilizam a palavra "Exu" ou "Pombagira" antes de seus nomes, dependendo da sua área de atuação e energia. Se a atuação for masculina, o espírito se apresenta como "Exu"; se for feminina, utiliza o termo "Pombagira". A palavra "Pombagira" é, na verdade, uma corruptela da palavra bantu Pàmbùnjílá, uma divindade responsável por mediar a comunicação entre os humanos e as forças da natureza.

 

Os nomes simbólicos, como Exu Morcego, Exu Caveira, Exu Tranca Ruas e Pombagira Maria Molambo, representam características específicas de atuação dessas Entidades e possuem significados profundos:

 

Exu Tranca Ruas simboliza proteção, fechando caminhos perigosos e afastando energias negativas. Ele garante que apenas o que é justo e necessário alcance determinado espaço.


Pombagira Maria Molambo nos ensina humildade e resiliência, mostrando o valor oculto no que foi descartado ou subestimado. "Maria" é uma homenagem universal que significa "senhora soberana", enquanto "Molambo" nos lembra da força de transformar o que parecia perdido em algo valioso.


Exu Morcego representa a habilidade de enxergar no escuro, desvendando mistérios e iluminando o desconhecido.


Já Exu Caveira conecta-nos à transitoriedade da vida e à ancestralidade, ensinando que cada fim é um recomeço cheio de sabedoria.


Essas representações surgem de contextos históricos, culturais e sincréticos, traduzindo ideias abstratas e energias complexas em imagens que a humanidade consegue compreender e se identificar. Elas refletem a íntima relação entre o sagrado e o cotidiano, usando símbolos acessíveis e culturalmente relevantes.

 

É crucial entender que Exu, enquanto Orixá, é uma força de equilíbrio e transformação, muito distante da figura maléfica equivocadamente associada a ele por influência colonial e preconceituosa. Sob a ótica correta, Exu é um guia poderoso que nos ensina a enfrentar desafios, encontrar equilíbrio e reconhecer oportunidades nas encruzilhadas da vida.

 

Salve Exu e as Entidades que iluminam e fortalecem nossas jornadas!


Axé para todos!

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