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Foto do escritorPaulo de Oxalá

O maracá milagroso da Cabocla Jarina


Foto: Cabocla Jarina e seu maracá – arte Pai Paulo de Oxalá


Aprenda a poderosa oração de Jarina

 

Em uma pequena aldeia escondida entre as densas florestas da Amazônia, vivia uma jovem Cabocla chamada Jarina. De espírito livre e sorriso sereno, ela era conhecida por sua sabedoria e profunda conexão com a natureza. Seus olhos brilhavam como as águas cristalinas do rio, e sua voz ecoava como o canto suave dos pássaros ao amanhecer. Mas, o que a tornava realmente especial era o seu maracá, um instrumento sagrado que herdara de sua avó, uma poderosa caaporã (feiticeira) da aldeia.

 

O maracá de Jarina não era um simples chocalho; era feito de uma cabaça rara, ornamentada com sementes de jarina (uma palmeira amazônica) que produziam um som único e hipnotizante. Diziam que o maracá possuía poderes milagrosos, capazes de curar enfermidades, afastar espíritos ruins e trazer paz para aqueles que o escutassem com o coração aberto. A lenda contava que o som do maracá podia tocar as almas e trazer à tona as lembranças esquecidas, curando feridas antigas.

 

Certa noite, um grande mal assolou a aldeia. Uma febre desconhecida começou a tomar conta das pessoas, deixando-as fracas e sem esperança. Os pajés e as caaporãs tentaram de tudo: rezas, ervas medicinais e rituais, mas nada parecia funcionar. Foi então que o cacique reuniu um grupo de anciãos da aldeia e decidiu procurar Jarina, na esperança de que seu maracá milagroso pudesse trazer a cura para todos.

 

Jarina ouviu o clamor do cacique e dos anciãos, e com o coração cheio de compaixão, dirigiu-se ao centro da aldeia. Ela sabia que o poder do seu maracá não estava apenas no objeto, mas na fé e na força espiritual que carregava dentro de si. De olhos fechados, começou a tocar o maracá com suavidade, sentindo a energia da floresta ao seu redor.

 

O som do maracá ecoou pela noite, misturando-se com o sussurro das folhas e o canto dos grilos. Era como se a própria floresta cantasse com ela, numa sinfonia harmoniosa que tocava a alma de todos que ouviam. As pessoas começaram a sentir uma leve brisa, e uma sensação de paz tomou conta de seus corações. As febres começaram a baixar, e a esperança floresceu novamente.

 

Durante toda a noite, Jarina tocou o maracá, guiada por uma força invisível que parecia emanar do próprio coração da floresta. E, quando o sol finalmente nasceu no horizonte, a aldeia estava em silêncio. Não o silêncio da doença ou da morte, mas o silêncio da paz, da cura. Os doentes começaram a despertar, renovados e fortalecidos, como se um milagre realmente tivesse acontecido.

 

A partir daquele dia, a história do maracá milagroso da Cabocla Jarina se espalhou por toda a Amazônia. E embora muitos tenham tentado entender o segredo do seu poder, Jarina sabia que o verdadeiro milagre estava no amor e na fé que ela depositava em cada movimento, em cada batida suave que ecoava do seu coração para o maracá, e do maracá para o mundo.

 

Assim, Jarina continuou sua jornada, levando consigo seu maracá, sua fé inabalável e o desejo de ajudar a todos que cruzassem seu caminho. Pois ela sabia que o verdadeiro poder não estava no instrumento, mas na alma que o toca e no coração que acredita.


Para fazer seus pedidos à Cabocla Jarina, pegue um copo d’água, pingue mel de abelha e diga:

 

Deus Todo-Poderoso!

Eu invoco a força e a luz da Cabocla Jarina, neste momento!

Que ela me conceda a graça do alento e da paz.

Que nenhuma atribulação, por mais angustiante que seja, prevaleça, e que seja derrotada para todo o sempre com o auxílio de Jarina!


Tepotí (Salve) a Cabocla Jarina!


Okê Cabocla!

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