A semana de Iyewa inspira criatividade e progresso

Foto: Ewá e sua serpente sagrada - IA-inspirada na visão religiosa de Pai Paulo de Oxalá

 Divindade é originária de terras Maɦin

Iyewa ou Ewá é o Orixá do encanto e da beleza. Seu culto vem das terras Maɦin, no antigo Đaɦome, onde era chamada de Vòɗʊ́ɲ Ǎsá Láɠɓɛ̀. Nas regiões yorubás, ela recebeu o nome de Ewá e um rio em sua homenagem, o rio Ewá, cujo nome significa “mãe da beleza”. Ewá é guardiã do mistério e do invisível, protetora da pureza, da virgindade e do desconhecido. Domina as brumas, as florestas intocadas e o universo dos mistérios.

De grande sabedoria, Ewá é detentora do dom da vidência, sendo também símbolo da diplomacia e do discernimento. É a quem se deve recorrer quando os caminhos parecem confusos, quando a névoa impede a clareza das decisões. Ela é elegante, próspera e intuitiva. Sua energia trabalha com a beleza, o encantamento e a transformação interior. Assim como seu irmão Oxumaré, senhor do arco-íris, ela tem a Ɗaɲ (serpente), como símbolo da continuidade e do renascimento. A serpente de Ewá é branca, em referência a parte branca do arco-íris.  

A deusa que enganou a morte

Um antigo mito yorubá conta que Ewá um dia lavava roupas à beira de um rio quando viu um homem correndo desesperado em sua direção. Ao perceber que era perseguido por Ikú, a morte, Ewá escondeu o homem debaixo de sua tábua de lavar e, com serenidade, respondeu à morte que o fugitivo havia se jogado no rio e desaparecido. Quando a morte se afastou, o homem revelou-se como Ọ̀rúnmìlà, o senhor dos destinos. Em gratidão, concedeu a Ewá o dom da vidência e o conhecimento de muitos ebós. Por isso Ewá é conhecida como a senhora do mistério, do oráculo e da intuição, a que enxerga o invisível e antecipa os caminhos.

Símbolos e cultos de Ewá

Ewá é representada pelo Àdó, uma cabaça enfeitada com ráfia, e pela serpente que simboliza a sabedoria e a transformação. Suas cores são o amarelo e o vermelho, que evocam elegância, beleza e otimismo. Seus dias de culto são o sábado e a quarta-feira, momentos ideais para celebrações e oferendas. Gosta de ẹran pẹ́pẹ́iyẹ abo epo, carne de pata temperada no dendê. Sua saudação é Hihó!

A força feminina do cosmos

Ewá é considerada a rainha do cosmos, senhora do céu estrelado e das neblinas. É associada à transformação, à criatividade e à capacidade de adaptação. Sua energia está presente nas nuvens, nas águas dos rios, nas estrelas e no equilíbrio dos elementos. Na Nigéria, há um rio com seu nome, o Ewá, onde é reverenciada como uma divindade das águas e da fecundidade.

Filha de Nanã Buruquê e Oxalufã, irmã de Oxumaré, Omolu-Obaluaiê, Ewá carrega em si a herança dos Orixás que cuidam da vida, da morte e da renovação. Também é uma guerreira silenciosa, menos conhecida, mas profundamente respeitada.

Na época da repressão, os antigos africanos relacionaram Ewá, a Santa Luzia. Ambas têm em comum a guarda da visão humana. Por essa relação o dia 13 de dezembro, que é dedicado a Santa Luzia, padroeira da visão e protetora dos olhos, também é dedicado a Ewá, pois ambas compartilham o poder de iluminar o olhar humano e espiritual. Santa Luzia, nascida em Siracusa, Itália, tornou-se símbolo da luz e da fé inabalável, tendo seu nome derivado do latim lux, que significa luz. Assim como Ewá, representa a pureza e a capacidade de ver além da escuridão.

Ewá no jogo de búzios

No jogo de búzios, Ewá se manifesta através do Odù Ìká. Quando aparece em posição favorável, traz coragem, conquistas, inspiração e forte intuição. Revela que é momento de agir com clareza, acreditando na própria visão interior. Quando se apresenta em posição desfavorável, Ìká alerta para conflitos, escândalos e desentendimentos, podendo até envolver questões com autoridades. Nesses casos, Ewá recomenda ẹbọ para afastar maldades e dissipar as névoas do caminho.

Para saber mais sobre Ewá, outros Orixás e Voduns, ou ter uma orientação espiritual personalizada, consulte o jogo de búzios. Informações pelo WhatsApp (21) 99400-7107

Hihó! Salve Ewá!

Axé para todos!