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Intolerância com o desenho de Yansã, rosa de Oxum, e imposição a PMs para assistirem cultos evangélicos

  • Foto do escritor: Paulo de Oxalá
    Paulo de Oxalá
  • há 25 minutos
  • 3 min de leitura

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Fotos: desenho de Yansã, rosa de Oxum e policiais de SP - internet


Casos ferem o livre arbítrio garantido na Constituição

 

O avanço da intolerância religiosa no país expõe um momento alarmante, com denúncias que mostram como o desrespeito à liberdade de fé alcança até crianças e profissionais da segurança pública. Em São Paulo, uma escola municipal se tornou alvo de violência institucional quando o pai de uma aluna de quatro anos acionou a polícia militar após a criança desenhar Yansã, o Orixá dos ventos, durante uma atividade sobre cultura afro-brasileira. A atividade faz parte do currículo antirracista da rede e é garantida por lei. Mesmo assim, quatro policiais armados entraram na escola e questionaram o trabalho pedagógico, enquanto o pai já havia destruído um mural com desenhos das crianças no dia anterior. Professores relatam clima de medo e hostilidade, e a diretora afirma que foi coagida ao explicar que a escola não realiza doutrinação e apenas cumpre o ensino cultural previsto na legislação. Parlamentares pediram investigação do Ministério Público e denunciaram intimidação e preconceito religioso.

 

PMS obrigados a assistirem cultos evangélicos

 

Outro caso grave envolve a pressão exercida sobre policiais militares de São Paulo que relatam estar sendo obrigados a participar de cultos evangélicos fardados. Essa prática desrespeita a laicidade do Estado e normas internas da corporação. O argumento de apoio espiritual tem sido utilizado para legitimar encontros que, segundo os próprios agentes, funcionam como formas de influência e tentativa de conversão. Há relatos de policiais que se sentem compelidos a comparecer aos cultos realizados em templos específicos. A situação se agrava quando agentes emocionalmente vulneráveis são pressionados. A morte de um soldado que trabalhou durante toda a madrugada e, sem descanso, foi levado para um culto evangélico, reacendeu o debate sobre abuso de autoridade e sobre os limites entre fé e serviço público.

 

No Rio, menina oferece flor de Oxum e professora diz que é do diabo

 

No Rio de Janeiro, outro episódio de intolerância envolve uma menina de 5 anos que levou uma flor amarela para presentear a professora, dizendo que era uma flor de Oxum, Orixá do amor e da beleza. A educadora, por ser evangélica, teria reagido afirmando que a flor seria do diabo. A criança ficou profundamente abalada e os pais denunciaram o caso. A ocorrência foi registrada na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância como injúria por preconceito. A Secretaria Municipal de Educação informou que a docente responderá a sindicância e que medidas pedagógicas estão sendo adotadas para ampliar o entendimento sobre a cultura afro-brasileira. Oxum representa ternura e acolhimento, e a criança apenas tentava demonstrar carinho com um gesto simples e afetuoso.


Intolerância e imposição de fé

 

Os três casos revelam a grave ferida social do racismo, do preconceito e da intolerância. Em duas situações ocorridas em escolas e em outra dentro de quartéis militares, a liberdade de crença é violada quando cidadãos e agentes públicos impõem suas convicções a outras pessoas. A entrada de policiais armados para questionar um desenho de Yansã, a reação hostil a uma flor dedicada a Oxum e a obrigação de frequentar cultos evangélicos mostram que o país ainda enfrenta grandes desafios para garantir respeito à pluralidade religiosa.

 

O Brasil é uma nação de riqueza espiritual vasta, formada pela ancestralidade africana, pela diversidade cristã e por tantas outras tradições de fé. A democracia se sustenta somente quando o Estado protege o direito de culto e assegura que ninguém seja perseguido ou privilegiado por suas crenças. Respeitar a diversidade é um compromisso constitucional e uma defesa da dignidade humana. Ignorar esse compromisso abre espaço para violência, silenciamento e apagamento de identidades que fazem parte da história do país.

 

A intolerância religiosa é crime, pois a Constituição garante a liberdade de crença e assegura o livre exercício dos cultos religiosos. Essa proteção vale para todas as tradições espirituais.


No culto aos Orixás, reverenciamos forças da natureza criadas por Olódùmarè. Yansã é o vento que traz renovação e vitalidade. Oxum é água e simboliza o amor essencial à vida. É inadmissível que a falta de conhecimento sobre essas divindades seja usada como justificativa para qualquer ato de preconceito, assim como é inadmissível obrigar servidores públicos a participar de rituais que não fazem parte de sua fé.

 

As religiões de matriz africana não obrigam ninguém a acreditar nos Orixás. A luta é pela igualdade religiosa garantida por lei. É necessário que o Ministério Público e as autoridades reconheçam que está em curso um movimento que tenta impor um único credo à sociedade, quando o Brasil é plural e democrático.

 

Xô intolerância e viva a liberdade religiosa!


Axé para todos!

 


Fontes: TV Globo e Gilberto Nascimento do Intercept Brasil

 
 
 

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Tags: Babalorixá, Simpatia, Búzios, Tarot e numerologia

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