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  • Foto do escritorPaulo de Oxalá

A força da nossa ancestralidade brasileira


Foto: Brasil e os ancestrais - reprodução


Um filho de Oxóssi e o seu Preto Velho mandingueiro

 

 

Antes de ser iniciado na Nação Kétu, Antônio frequentava um Terreiro de Umbanda, onde o Caboclo 7 Estrelas da dirigente lhe disse para colocar roupa branca, para que desenvolvesse a sua espiritualidade. Ele colocou roupa durante um ano e, nesse período, começou a incorporar o Vovô Bastião Mandingueiro.

 

Nesse meio tempo, Antônio conheceu um amigo que lhe levou a uma festa de Oxóssi, num Terreiro de Candomblé, onde ele conheceu sua atual Yalorixá (Mãe de Santo).

 

Passada essa festa, em um jogo de búzios, a Yalorixá disse para Antônio que ele deveria ser iniciado.

Então, ele raspou (foi iniciado) e depois da obrigação de ano, sua Yalorixá o liberou para trabalhar com o seu Preto Velho.

 

Antônio me perguntou através de e-mail se de fato esse é o procedimento no Candomblé.

 

Bom, de imediato concordo com sua Yalorixá que, aliás, preservamos a pedido dela, o nome do Ilé (Terreiro) e o dela.

 

Você já chegou com sua espiritualidade ancestral, portanto ela fez o que tinha que ser feito e te liberou depois de um ano.

 

Para te fundamentar mais a respeito do assunto, eu conversei com outros sacerdotes, que expuseram suas opiniões.

 

Pai Rodrigo de Òṣàgiyán do Ilé Àṣẹ Òrìṣà Odò Funfun diz que vê com muita naturalidade uma pessoa  Adóṣù (iniciada) receber as suas Entidades.

 

“Primeiro, não podemos negar a ancestralidade de ninguém. Se a pessoa chegou no Candomblé com suas Entidades, eu vejo de forma tranquila, que depois que ela raspou, ou seja, que foi iniciada para o Orixá e cumpriu os seus preceitos, voltou a incorporar aquilo que ela já tinha”.

 

A coordenadora do Presente de Yemanjá em Sepetiba, Etemí Flávia de Oxum, ressaltou:

 

“Acho normal que essas ancestralidades se manifestem, pois, como brasileiros, carregamos em nós, o povo indígena, povo preto, o povo branco, povo cigano e outros. Então, eu não acredito que uma iniciação para Vòdún, Orixá ou Inkise bloqueie uma energia ancestral. Claro que durante o período de um ano de iniciação, eu creio que a própria Entidade respeite esse momento. Depois disso, não vejo problema algum em uma pessoa iniciada cultuar suas Entidades”.

 

 

O Doté Valter de Aziri, dirigente do Hwégbé Dansikà, diz que quando criança foi médium de Umbanda do Centro Espírita São Jorge, em Rocha Miranda. E que dali traz suas Entidades.

 

“Me iniciei no Candomblé aos 18 anos e respeito a espiritualidade de todos que me procuram, cuidando com fé e amor. Porém, se essa pessoa não tiver a necessidade de cultuar essas energias, eu não desperto e nem mexo, pois considero que o caminho daquela pessoa é outro. Para mim, cada um dá o que tem de fato.”

 

A Ìyálórìṣà Landa de Ọya Tọ́pẹ́ do Ilé Ọyabíyí, diz que devemos nos orgulhar da nossa ancestralidade brasileira.

“Acho certíssimo incorporar com suas Entidades. Eu por exemplo, amo Ọya meu Orixá, meu ar, minha vida.  Mas tenho orgulho da minha Cabocla Jurema, da minha Vovó Rita e da minha Pombagira Rainha do Cabaré. Devemos ser gratos a Mãe África, porque ela é o autêntico começo de tudo, mas também devemos ter orgulho do sangue misto em nossas veias, pois o Brasil, é o berço esplêndido da nossa ancestralidade”.

 

Corroborando com os sacerdotes, eu, Paulo de Oxalá, digo que sou muito feliz por ser iniciado para Bàbá mi Òṣàlá (Meu Pai Oxalá), mas costumo dizer que tenho outro Pai: Tranca Ruas de Imbaré, a quem respeito, sou grato, pois me ajuda muito.

 

Então, Antônio, siga em frente e ame o seu Preto Velho, o Vovô Bastião Mandingueiro!

 

Yẹn Olódùmarè fún kò si ẹnikẹ́ni kúró! (Aquilo que Deus dá, ninguém tira!)

 

Axé!

 

 

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