Dançando para os Orixás
A dança é uma das mais antigas manifestações corporais do mundo.
No Candomblé, a dança está associada aos mitos dos Òrìṣà- Orixás. Um dos principais motivos do àjọyọ̀ Òrìṣà (festa dos Orixás), chamado aqui no Brasil de ṣiré Òrìṣà (xirê dos Orixás, ou fazer festa, brincar para o Orixá), é dançar para os Orixás.
O xirê é o momento em que através do som dos atabaques, dos cânticos e da dança, os Orixás são invocados para incorporarem nos ọmọ-Orixás (filhos de santo) e para dançarem desfrutando da festa a eles oferecida.
Tanto os ọmọ-Orixás quanto os próprios Orixás ao dançarem descrevem suas histórias e reproduzem suas habilidades e força. A dança de Ògún-Ogum, por exemplo, refere-se às lutas com espadas. Já Yánsàn-Yansã, em uma cantiga especial, dança agitando os braços, fazendo referência à força dos ventos. Em outro momento, ela dança agitando o Ìrùkéré (um pequeno cetro com pelos). Ao agitar este cetro, Yansã demonstra que seu culto está associado à morte e aos ancestrais, por isso ela é considerada a rainha dos Égún (espíritos ancestrais).
Então, a dança no Candomblé simboliza a harmonia do físico com o sagrado.
Em uma entrevista, Pierre Verger declarou à repórter do Le Monde, Véronique Mortaigne: “O Candomblé é uma religião rara, onde as divindades dançam e convivem com os humanos!”.
Como é bom dançar para os Orixás! (Wo dára jó fún nã Òrìṣà!)
Axé!