1º Festival Ajeum Carioca celebra a gastronomia ancestral e a sustentabilidade
- Paulo de Oxalá
- 18 de mar.
- 3 min de leitura

Foto: Pratos do Festival Ajeum Carioca - divulgação
Uma iniciativa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima
No Candomblé, as festas dedicadas aos Orixás são fartas, pois a comida, ou onjẹ, é muito mais do que um simples alimento. Ela é oferenda, conexão com os Orixás, símbolo de partilha e sobrevivência ancestral.
O ato de comer, jẹun, não é apenas uma necessidade biológica, mas um ritual de fortalecimento do corpo e do espírito. Nada se desperdiça em uma casa de Candomblé: cada porção tem seu destino, cada preparo tem um significado.
E, valorizando essa tradição da comida de matriz africana, o Festival Ajeum Carioca, promovido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima (SMAC), que começou na última sexta-feira, 14 de março, vem fortalecer a economia criativa e promover a segurança alimentar e nutricional.
O evento vai até o dia 30 de março e reúne bares e restaurantes das zonas Portuária e Norte do Rio de Janeiro.
A secretária de Meio Ambiente e Clima, Tainá de Paula, enfatiza que a iniciativa busca gerar renda e visibilidade para a cultura alimentar dos povos tradicionais e quilombolas. “Além de estimular a criatividade e o desenvolvimento sustentável, queremos valorizar as heranças socioambientais e culturais que formam a base da culinária afro-brasileira”, destaca.
Sabor, memória e resistência
Os alimentos de matriz africana carregam histórias de resistência. No Candomblé, cada preparo tem um sentido espiritual: o acarajé, por exemplo, é sagrado para Yánsàn; já o ọmọlókun, feito com feijão-fradinho, enfeitado com ovos e temperado com azeite de dendê, reforça a força da ancestralidade com Ọ̀ṣun.
O festival busca ressaltar essa riqueza, promovendo a diversidade alimentar e a conscientização sobre a importância de preservar esses saberes.
Os estabelecimentos participantes foram selecionados por sua relação com as tradições africanas e quilombolas, produzindo pratos de maneira artesanal e respeitando o uso sustentável dos ingredientes. Quem visitar os restaurantes poderá avaliar os pratos com notas entre 8,5 (regular) e 10 (excelente).
Além disso, todas as casas participantes receberão o "Selo Ajeum Carioca", um reconhecimento pelo compromisso com a valorização da gastronomia afro-brasileira.
Onjẹ jẹ ìlànà mímọ́ pẹ̀lú àwọn ésà! (A comida é um elo sagrado com os ancestrais!)
Axé para todos!
Lugares para saborear e participar do Ajeum Carioca até 30 de março:
Casa Omolokum – Rua Tia Ciata, 51, Saúde. De sexta a domingo, das 13h às 18h.
Casa Savana – Rua Camerino, 62, Centro. Sábado e domingo, das 12h às 16h.
Agô Bar da Encruza – Rua Áurea, 30, Santa Teresa. De quarta a sexta, das 18h à 1h | Sábado e domingo, das 12h à 1h.
Borogun Bar – Rua Barão de Cotegipe, 280A, Vila Isabel. Quarta e quinta, das 17h à meia-noite | sexta e sábado, das 17h à 1h30 | Domingo, das 12h às 22h.
Dida Bar e Restaurante – Rua Barão de Iguatemi, 379, Tijuca. Terça e quarta, das 16h à meia-noite | Quinta a sábado, das 12h à meia-noite | Domingo, das 12h às 18h.
Boemia Carioca Samba Bar – Rua João Pinheiro, 174, Piedade. Quarta a domingo, das 17h às 2h.
Mojubar – Rua Pedro de Carvalho, 639, Méier. Terça a domingo, das 16h à meia-noite | Sexta e sábado, das 16h às 2h.
Restaurante 2 de Fevereiro – Rua Sacadura Cabral, 79, Saúde. De terça a sábado, das 11h30 às 18h | Domingo, das 8h às 18h.
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