Yemanjá é superior a qualquer sabotagem

Yemanjá em seu domínio - IA com aquarela de Pai Paulo de Oxalá

A Rainha das Águas é reverenciada por vários artistas

A música transcende barreiras culturais e linguísticas, manifestando-se como uma poderosa força que emociona e conecta pessoas de todo o mundo.

Mais do que uma combinação de notas harmônicas, a música carrega histórias, valores e espiritualidade. Não é por acaso que a África, berço da civilização, também deu origem a uma riqueza musical incomparável, repleta de ritmos que narram a essência da alma humana e despertam emoções universais.

Do jazz ao samba, do blues ao maracatu, do rock ao axé, todos esses ritmos têm uma raiz comum: os tambores sagrados africanos, usados há séculos para louvar divindades e preservar tradições sagradas. No Brasil, ritmos como o samba e o axé são expressões genuínas dessa herança sacro-africana, onde a música e a religiosidade de matriz africana permanecem inseparáveis. Cada batida e melodia é permeada pela energia vinda dos ancestrais e divindades.

Entre as divindades mais exaltadas na música brasileira está Yemanjá, a Rainha das Águas e mãe de diversos Orixás. Sua influência vai além da religião; ela ocupa um lugar especial no coração do povo brasileiro, sendo celebrada com fervor em datas como o Ano Novo e 2 de fevereiro. Nessas ocasiões, milhares de pessoas se dirigem ao mar para homenageá-la, renovando suas esperanças e energias.

Yemanjá é tema de incontáveis músicas, compostas e interpretadas por artistas de diversos estilos e gerações, como Dorival Caymmi, Nana Caymmi, Clara Nunes, Maria Bethânia, Banda Olodum, Margareth Menezes, Debora Blando, Martinho da Vila, Vinicius de Moraes, Tincoãs, Baden Powell, Otto, Pepeu Gomes, Gilberto Gil, Armandinho, Melim, Caetano Veloso, Gal Costa, Zeca Baleiro, Metá-Metá, Miúcha, Marisa Monte, Carlinhos Brown, Saravah Soul, Fundo de Quintal, Chimarruts, Ivete Sangalo, Rita Benneditto, Mariene de Castro, Lenine, Elba Ramalho, Luciano Pinto, Alan Moraes, Durval Luz e Nino Balla, autores da música caranguejo, e muitos outros, que já propagaram a presença e a força de Yemanjá em canções que encantam e emocionam.

Essas canções não apenas reverenciam a Grande Mãe, mas também disseminam a cultura e a fé das religiões afro-brasileiras, conectando pessoas por meio de uma mensagem de força, proteção e equilíbrio.

Cada música dedicada a Yemanjá exalta sua atuação como protetora e fonte de sabedoria. Suas águas simbolizam a cura, a serenidade e a força necessária para enfrentar os desafios da vida. Yemanjá nos ensina a buscar harmonia, restaurar o equilíbrio e fortalecer nossa autoestima. Sua energia acolhe a todos, sem distinção, mesmo aqueles que já desfrutaram de seu axé e hoje, por preconceito, a renegam.

A força de Yemanjá é imensurável, invencível e não pode ser negada ou sabotada.  Como guardiã do axé que sustenta o equilíbrio do universo, ela personifica a essência da vida. Foi Olódùmarè, o Deus Supremo, quem confiou a ela o domínio das águas, símbolo maior de fertilidade e renovação. Assim, desrespeitá-la é desrespeitar a própria origem da existência.

Por isso, ao celebrarmos Yemanjá, não apenas cantamos, mas agradecemos e reverenciamos sua grandeza. Suas águas nos protegem, nos guiam e nos renovam. Yemanjá é uma força viva, presente em cada onda do mar e em cada nota de uma canção que a celebra.

Odò ìyá!

Odò fẹ́ Àyaba!

Salve Yemanjá!

Axé para todos!