Xangô é um Orixá, não um juiz
Foto: Xangô é um Orixá, não um juiz – arte Pai Paulo de Oxalá
A justiça divina não falha como a dos homens
Xangô é um dos Orixás mais reverenciados nas religiões de matriz africana, pois está ligado ao poder da justiça e ao respeito humano. Apesar de sua associação com a justiça, o fogo, o trovão e o mortífero raio, Xangô não é um juiz no sentido literal da palavra. Ele é um Orixá que representa a força da justiça divina e o equilíbrio, cuja atuação vai muito além do papel de julgador das ações e atitudes humanas.
Como Orixá, Xangô rege o que é justo e correto, sendo visto como o defensor dos oprimidos e aquele que pune os mentirosos e injustos. No entanto, sua justiça é divina; transcende as leis humanas e se baseia em princípios espirituais que buscam a harmonia e o equilíbrio universal. Diferente de um juiz humano, que aplica as leis criadas por homens dentro de um sistema jurídico, Xangô age de acordo com as leis naturais e sagradas, que são imutáveis e eternas.
A diferença entre a posição de Xangô como Orixá e o conceito de um juiz surge na forma como ele é cultuado nas tradições afro-brasileiras. Nos terreiros, Xangô é invocado para trazer equilíbrio e justiça, mas sua atuação é muito mais ampla, englobando aspectos da vida que vão além das disputas legais ou morais. Ele é um símbolo de força, resistência e proteção, atributos que o diferenciam de qualquer figura humana de autoridade. Afinal, a justiça divina não possui as falhas da justiça dos homens, que, muitas vezes, é aplicada sem imparcialidade.
Portanto, entender Xangô como um Orixá e não como um juiz é fundamental para respeitar e valorizar a profundidade e a complexidade de sua existência divina. Ele é uma expressão da justiça em sua forma mais pura e transcendental, sendo o senhor da verdade e da retidão, que atua em um plano sagrado além das nossas modestas limitações humanas.
Sendo assim, se você anda corretamente, não tenha medo de Xangô. Aliás, não é para se ter medo de nenhum Orixá, e sim respeito e amor!
Kawòó kábíyèsi!
Salve Xangô
Axé para todos!
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