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Foto do escritorPaulo de Oxalá

Viva o Candomblé, uma religião afro-brasileira


Foto: Orixás no Terreiro - arte Pai Paulo de Oxalá



Por que os Orixás são tradição na África e resistência no Brasil


As divindades africanas, particularmente as yorubás, chamadas àwọn Òrìṣà (Orixás), são cultuadas de formas distintas na África e no Brasil, mas mantêm suas essências e assumem características que refletem a cultura de cada lugar.

 

Entre os yorubás, os Orixás representam forças da natureza e comandam aspectos fundamentais da vida humana, sendo reverenciados como forças espirituais ligadas ao ciclo da vida, ao trabalho e à comunidade. Seus rituais carregam um simbolismo que conecta os praticantes aos ancestrais e aos elementos naturais – Ògún (Ogum), por exemplo, é o senhor do ferro e da guerra, mas na África ele divide o comando da agricultura, junto com o Òrìṣà Oko.

No Brasil, a responsabilidade sobre a abundância da agricultura passou para Ọ̀ṣọ́ọ̀sí (Oxóssi). Já Ọ̀ṣun (Oxum), Orixá das águas doces e da fertilidade, na África é também cultuada como a senhora do Ẹ́gbẹ́ Ẹlẹ́iyẹ Ìyámi Àjẹ́ (Líder da sociedade dos pássaros das mães feiticeiras). Muitos desses atributos não evoluíram no Candomblé brasileiro, pois se perderam com o tempo.

 

O Candomblé foi um culto criado pelos africanos que vieram para cá, no intuito de resguardar suas crenças em uma terra então estranha. Aqui, os Orixás, além de representarem forças poderosas da natureza, também se tornaram símbolos de resistência e identidade.

 

Ainda nesse contexto de recriação de suas crenças, o sincretismo com o catolicismo foi motivado pela repressão religiosa, que levou à associação de muitos Orixás a santos, como Ogum, associado a São Jorge, e Oxum, associada a Nossa Senhora Aparecida. Essa adaptação permitiu que os cultos africanos permanecessem vivos, mesmo sob rígida censura religiosa e cultural.

 

Hoje, os Orixás no Brasil simbolizam não apenas os poderes e mitos que carregam em sua essência africana, mas também a luta e a força de um povo que encontrou neles um refúgio espiritual. Essa conexão entre os Orixás africanos e o culto brasileiro mostra como a fé é resiliente e capaz de se transformar para sobreviver, mantendo-se viva e enriquecendo cada cultura com uma história de superação e renovação.

 

Láàyè Candomblé! Ẹ̀sìn Áfíríkà-Bràsíìlì! (Viva o Candomblé! Uma religião Afro-Brasileira!)


Axé para todos!

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