Religiosidade afro-brasileira e os desafios da valorização africana no Enem 2024
Foto: cultura afro-brasileira - arte de quadro - Pai Paulo de Oxalá
Rio, Salvador e São Luís do Maranhão são os polos da herança africana no Brasil
O Enem de 2024 trouxe um tema essencial para o debate nacional: “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”. Cidades como Rio de Janeiro, Salvador e São Luís do Maranhão são polos históricos onde a contribuição dos africanos se reflete de forma marcante na cultura e religiosidade brasileira.
No Rio de Janeiro, a "Pequena África", região portuária que inclui o Cais do Valongo, onde os africanos desembarcavam, tornou-se um centro de resistência e preservação cultural. A religiosidade africana floresceu ali, com vários terreiros de Candomblé, como o famoso Terreiro do Sr. João Alabá de Omolu, que recebia africanos, descendentes e intelectuais. Esses Terreiros não eram apenas espaços de culto, mas centros de transmissão de saberes e fortalecimento de identidade.
Salvador é um marco na religiosidade afro-brasileira. Foi ali que o Candomblé se estruturou como uma prática comunitária e de resistência cultural. Terreiros como a Casa Branca, um dos mais antigos do país, são verdadeiros monumentos vivos da espiritualidade africana no Brasil. A cidade preserva não só rituais, mas também festas tradicionais, como a Festa de Iemanjá, que celebra o Orixá das águas e é ícone de devoção e identidade cultural.
Em São Luís, o tambor de crioula, manifestação que mistura dança e religiosidade em devoção a São Benedito, é exemplo da herança africana que se adaptou ao contexto local e sobreviveu à repressão. Considerado Patrimônio Imaterial do Brasil, o tambor de crioula é um símbolo da resistência e preservação cultural africana.
Essas cidades representam a importância dos africanos na formação da identidade religiosa e cultural do Brasil. Para que essa contribuição seja reconhecida, é necessário enfrentar os desafios de valorização dessa herança, preservando espaços históricos e promovendo uma educação antirracista. Que possamos, com orgulho, dizer:
Láàyè agbára ìjogún Áfíríkà wa láàyè ní ilẹ̀ wa! (Viva a força da herança africana em nossa terra!)
Axé para todos!
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