Prepare-se para uma semana de muita transformação sob o comando de Oxumarê
Foto: Arco-íris, o sagrado entre céu e terra – divulgação
Como a serpente que renova a pele, Oxumarê nos inspira a recomeçar
Òṣùmàrè (Oxumarê), é o senhor da renovação e do movimento constante. Originário das terras Mahin (Marrim), no antigo Dahomé, onde era chamado Ʋòɖʊ́ɲ AíɗǎɲꞪwɛ́ɗó (o arco-íris sagrado), ele carrega uma dualidade essencial: equilibrar forças opostas e conectar o céu e a terra. Ele é representado pelo arco-íris e pela serpente, sendo a expressão viva da continuidade, do recomeço e da transformação.
Conta um mito que, em tempos antigos, os humanos se afastaram dos desígnios de Olódùmarè, trazendo desequilíbrio ao mundo. Para restaurar a harmonia, Òṣùmàrè desceu ao ayé (o mundo) e reuniu as pessoas à sombra de uma palmeira ancestral. Ali, proclamou um pacto: cada criança que nascesse teria seu umbigo enterrado aos pés da árvore, conectando sua existência à força divina e garantindo proteção em sua jornada. Após selar o acordo, Òṣùmàrè desapareceu em uma chuva fina e ressurgiu no céu como um arco-íris — uma lembrança ao eterno do vínculo entre o humano e o sagrado.
Oxumarê é tanto movimento quanto estabilidade. Ele nos ensina que, assim como a serpente troca de pele, precisamos nos renovar constantemente, deixando para trás tudo que já não serve. Nos momentos de transição ou incerteza, sua energia nos inspira a ter coragem e flexibilidade para abraçar o novo. Ele rege os ciclos da vida, simbolizando o eterno recomeço e o equilíbrio necessário para crescer e prosperar.
Os filhos de Oxumarê refletem sua essência. São dinâmicos, carismáticos e aventureiros, sempre em busca de crescimento. Amam a liberdade e a diversidade de experiências, seja através de viagens, estudos ou conexões culturais. Inteligentes e intuitivos, possuem um senso de justiça aguçado e estão sempre dispostos a ajudar. No entanto, sua paixão pela vida exige intensidade: entregam-se de corpo e alma às pessoas e aos projetos, mas precisam de movimento para evitar a monotonia.
Com suas cores vibrantes — verde e amarelo —, Oxumarê atrai crescimento, prosperidade e vitalidade. Seu dia de culto é a segunda-feira, junto com Ọmọlu e Nàná. Ele aprecia oferendas como batata-doce amassada no dendê ou ovos com mel, que simbolizam força e doçura.
Ao observar o arco-íris no céu, lembre-se de que ele carrega os quatro elementos da terra e os três poderes divinos de Olódùmarè, Ọbàtálá e Ọ̀rúnmìlà. Essa união é a expressão máxima da conexão entre o sagrado e o humano. Assim como a serpente que movimenta a terra no espaço, Oxumarê nos conduz à continuidade, renovação e equilíbrio, elementos essenciais para superar desafios e abraçar oportunidades.
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