Por que a água se divide em doce e salgada?
Foto: Orixá Oko e Ọ̀rúnmìlà criam a água doce e salgada - Pai Paulo de Oxalá
Òrìṣà Oko e Ọ̀rúnmìlà criaram os dois tipos de água
No começo do mundo Òrìṣà Oko (divindade da agricultura) fazia sua plantação nascer e florescer, apenas com a água do orvalho que não tinha nenhum sabor.
Foi então, que um dia Ọ̀rúnmìlà recomendou a Oko, um ẹbọ (ebó) ligado ao Odù Éjìòkò méjì (duas vezes agricultor, fazendeiro).
O ebó era para ser feito a noite com uma cabaça partida em duas bandas. Em uma banda, ele deveria colocar fragmentos de rocha branca com água de orvalho. E na outra um rolete de cana, também com água de orvalho.
Oko deveria despachar esse ebó ao raiar do dia. Uma banda da cabaça deveria ser deixada num vale, e a outra em uma colina numa mata. Assim ele fez.
Passados alguns dias, Ọ̀rúnmìlà ordenou que Oko voltasse aos locais que tinha despachado os ebós. No vale que Oko tinha despachado a primeira banda de cabaça, tinha se transformado em um mar, de onde saiam montículos com um produto em pedras cristalinas, dando um sabor diferente a água do mar. Aquele produto era o sal.
Já a outra banda de cabaça da colina na mata, tinha se transformado em uma grande pedra marrom, que jorrava água doce.
No intuito de evitar choque entre as águas, já que a água da colina descia até ao mar, Oko recorreu a Ọ̀rúnmìlà.
Ọ̀rúnmìlà então, recomendou que Oko cavasse um outro percurso, que fizesse com que a água que ia para o mar, retornasse para a colina.
Oko então fez o dito por Ọ̀rúnmìlà. A partir daí, a água da nascente que ia até ao mar, virava salgada, e ao voltar, passava pela terra, deixava o sal e se transformava em água doce.
Ọ̀rúnmìlà ainda orientou que Oko, entregasse a água salgada para Olókun, e a doce para Ọ̀ṣun (Oxum).
Foi então, que através do trabalho de Oko sob a orientação de Ọ̀rúnmìlà, que o mundo passou a ter os dois tipos de água que foram entregues aos cuidados de Olókun e Oxum. Aqui no Brasil, os antigos africanos dedicaram a água do mar a Yemọja (Yemanjá).
Ìṣẹ̀dà jẹ́ ìfìhàn àwon Òrìṣà! (A natureza é a manifestação dos Orixás!)
Axé!
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