Personalidades Jeje são convidadas para desfilar na Viradouro
Enredo ‘Arroboboi, Dangbé’ conta a história da Nação da Serpente Sagrada
Personalidades da Nação Jeje foram convidadas para desfilar na Viradouro na próxima segunda-feira, dia 12, na Marquês de Sapucaí. O objetivo é prestigiar o enredo ‘Arroboboi, Dangbé’, que narra o nascimento do culto à Grande Serpente, no Benin, antigo Dahomé.
A célebre Naandoji Índia de Azansù, atual dirigente do Zoogodô Bogum Malê Rundó, virá de Salvador, exclusivamente, para participar do desfile e diz estar feliz com o trabalho da Viradouro:
“O trabalho que a Viradouro desenvolveu sobre o Jeje é maravilhoso, pois contribui para a valorização das nossas tradições. É muito importante prestigiarmos a Escola e reunirmos o nosso povo Jeje”.
Para o Pai Cleber de Gbèsèn do Hùnkpàme Dàn Hùesú, a Viradouro está prestando um grande serviço à Nação Jeje:
“A Viradouro está prestando um grande serviço ao povo Jeje. Primeiro por esclarecer para todos a força e a beleza dos Voduns, principalmente, de Dangbé (a Serpente da vida). Depois, por unificar o povo jeje de Salvador, Rio, enfim, do Brasil. Um enredo bonito que dá visibilidade a uma Nação cheia de encantos”.
Já Pai Marquinhos de Lógun, que é filho de santo de Mãe Índia, diz que esse enredo ajuda a descontruir o preconceito religioso:
“A Viradouro foi muito feliz na escolha do enredo que ajuda no combate à intolerância religiosa e na desconstrução do preconceito que existe sobre nós”.
Ekedi Débora de Oxum do Hunkpame Danmifidó também exaltou a força da ancestralidade:
“É uma grande honra poder fazer parte desse desfile, no qual a Escola Viradouro vem homenageando o Jeje Mahin. O culto a Gbèsèn é de suma importância e o enredo vem retratando em forma de homenagem, um pouco dessa força ancestral da Nação Jeje”.
O Ogan Vando de Agué do Seja Húnde falou da sua alegria:
“É com muita satisfação que estarei desfilando pela Escola Unidos do Viradouro, a qual vem falando sobre a minha ancestralidade. Uma iniciativa de reconhecimento muito importante para o nosso povo”.
A Doné Conceição d'Lissá do Kwe Cejá Gbé esteve no ensaio técnico da Sapucaí e disse que sentiu a força do carnaval que será apresentado na avenida:
“Estamos honrados com a homenagem ao nosso Rei Dangbé. Estive no ensaio técnico da Viradouro e pude sentir a emoção dos componentes e vislumbrar o magnífico carnaval que a Viradouro vai apresentar. Que todos os Vóduns da família de Dangbé estejam com a Viradouro!!! Ahoboboy Dangbé!!!”
O Ogan Buda de Bobosa, ícone do Terreiro Zógɓoɖo Malé Bogʊɲ Séja Ɦʊ̀ɲɗe, falou sobre a magnitude do enredo da Viradouro:
“A Viradouro uniu a veneração e o encanto num enredo magnífico. Ver a história Jeje ser reproduzida de forma atenta e magnânima é motivo de grande felicidade! Parabéns para todos os envolvidos na construção desse maravilhoso espetáculo”.
Carlos Coccoli, Ogan do Séja Ɦʊ̀ɲɗe parabeniza o Carnavalesco Tarcísio Zanon e o presidente Marcelinho Calil e fala da coragem da Escola pelo enredo sobre Jeje:
“Exalto aqui a forma respeitosa com que o Carnavalesco Tarcísio Zanon conduziu o tema sobre o Jeje, assim como o amor e o respeito do presidente Marcelinho Calil. Temos todos que agradecer a oportunidade de mostrar a cultura religiosa Jeje ao mundo, que muitos falaram que já havia morrido, mas que com a coragem da Viradouro, estamos mostrando que estamos fortes e cada vez mais unidos, levando avante a força do Vòdʊ́ɲ e a memória dos nossos ancestrais”.
A Gayku Elenice de Oyá do Rumpame Dan Kwe Lemim fala da sua emoção em ver a homenagem a Gbèsèn:
“É maravilhoso para nós, da Nação Jeje, vermos Gbèsèn ser louvado de uma forma forte para todo o mundo ver. A Escola está maravilhosa, principalmente, com a comissão de frente que vem de arrepiar com a dança para a Serpente sagrada. Estou muito emocionada com essa homenagem”.
Naira de Oxum Deré do Rumpame Dan Kwe Lemim enalteceu a oportunidade de mostrar o Jeje, de fato:
“Estou muito satisfeita em estar exaltando nosso pai Gbèsèn e todos os Voduns Jeje. É um momento muito especial, pois o Jeje é visto com muito mistério e esse enredo está nos dando a oportunidade de mostrar como realmente somos”.
Megitó Sonia de Jiku do Terreiro Dan houe Djêmassidokanssiton se disse honrada em participar do desfile:
“É uma honra fazer parte desse desfile da Viradouro que vem falando sobre a cultura Jeje. A Viradouro está de fato reconhecendo o Jeje como uma grande Nação. A felicidade é única”.
Eu, Paulo de Oxalá, aprendi a amar o Jeje com minha Mãe Thereza Fomo de Oxalá, uma baiana nascida em Alagoinhas, filha do Seu Zezinho da Boa Viagem e neta do Seu Tata Fomutinho da Oxum do Axé Séja Ɦʊ̀ɲɗe. Fui iniciado por ela no Ilé Axé Palácio de Oxalá, que aproveito e traduzo o nome para o fon: Xwé Àcɛ́ Àcɦɔ́sʊ̀cɦʊ̀ɦɛ̀ Lisá. Eu também fui convidado para desfilar pela Viradouro e vejo como momento único para a nossa Nação. Nunca uma Escola foi tão fundo em nossa história. Agradeço à direção e ao carnavalesco Tarcísio Zanon a bela oportunidade de mostrarmos a força e a beleza da Nação Jeje para o mundo.
Aɦò bòbòy Vòdʊ́ɲ Dǎɲ!
Đaɦó Àhɔ̀ló Ɠɓèsèɲ!
ƙolɔ̀ɲfé (kolofé) a todos!
Àcɛ́!
Comentários