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Foto do escritorPaulo de Oxalá

Parabéns, radialistas das religiões afro-brasileiras, vozes de axé no rádio


Foto: o rádio e a fé – arte Pai Paulo de Oxalá



 

Força e tradição no ar

 

 

O rádio é muito mais que um veículo de comunicação; é uma presença íntima e poderosa, que entra em qualquer lar, a qualquer hora, levando música, cultura, informação e também fé.

E essa proximidade com a fé, fez do rádio uma ferramenta essencial na difusão das religiões de matriz africana no Brasil, especialmente em uma época em que a internet era um sonho distante e o contato com os ouvintes acontecia pelas linhas telefônicas. Nessa época, o rádio possibilitou que a voz da tradição, do axé e da ancestralidade se expandisse, chegando aos ouvidos e tocando o coração de milhares de pessoas.

 

Nas décadas de 60, 70 e 80, radialistas das religiões afro-brasileiras abriram espaços em meio a uma sociedade marcada pelo preconceito. Corajosos e pioneiros, nomes como JB de Carvalho, Átila Nunes, Bambina Bucci, Adnaldo de Ògún, Tolamalembé,  Elias de Yansã, Guilherme de Ògún, Luiz de Jàgún, Ângelo de Osányìn, Ronaldo de Oxalá, Lurdes de Yansã, Armando de Carvalho, Biajo Boscarino, Josemar de Ògún, Arlete Moita, Joaquim Motta, Ivete Brum, entre outros, trouxeram o saber e a espiritualidade afro-brasileira para os microfones. Com determinação, esses comunicadores conquistaram a confiança dos ouvintes, difundindo o respeito e a beleza dos orixás, criando um legado que permanece vivo.

 

Eu, Paulo de Oxalá, sou parte dessa história, pois comecei atuando no rádio, através do Ogan José Beniste e também da saudosa Yalorixá Jaciléia de Ọ̀rúnmìlà, que me convidou para comandar o programa “Isto é Axé!” na Rádio 103,5 Município FM, em Belford Roxo. Além disso, tive a honra de fazer o quadro “Volante de Jàgún” no programa “O Despertar do Candomblé”, dirigido pelo meu tio de santo, Doté Luiz de Jàgún, onde percorria os terreiros cobrindo festas e realizando entrevistas. Mais tarde, participei do programa do Antônio Carlos na Rádio Globo e apresentei o programa “Sextou” na Rádio Metropolitana. Atualmente, faço parte do programa "Papo Reto" de Wellington Andrade na Roquete Pinto.

Cada experiência fortaleceu meu compromisso em divulgar a religiosidade afro-brasileira, compartilhando com o grande público o valor inestimável de nossa cultura.

 

Neste Dia do Radialista, presto minha homenagem a todos os comunicadores que dedicam suas vozes ao axé, ao saber e à fé.

Que continuemos juntos nessa missão, ecoando as vozes de nossos ancestrais e mantendo viva a essência das religiões de matriz africana.

 

Órọ̀ pàtàkì nínú ìyè ni láti ṣàtakò fún ẹlòmíì!

(O essencial na vida é colaborar com o próximo!)

 

Axé para todos!

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