Palácio do Catete recebe povo de axéForam convocados religiosos das crenças de matriz africana
Aconteceu nesta segunda-feira, 20 de março, uma comemoração que levou o povo de santo ao Museu da República, no Catete – Rio de Janeiro.
Desde que a lei foi assinada em janeiro pelo presidente Lula e pelas ministras da Cultura, Margareth Menezes, e da Igualdade Racial, Anielle Franco, o dia 21 de março será comemorado pela primeira vez pelas religiões de matriz africana.
Na ocasião foi assinado o acordo de cooperação técnica entre o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, a Defensoria Pública da União e o Museu da República.
‘’Nosso país é um país desigual, onde as próprias instituições já perseguiram o nosso povo. A nova lei, que celebra as religiões de matriz africana, mostra que agora as instituições reconhecem a luta, a bandeira e os povos de terreiro’’, afirmou o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida.
O objetivo desse acordo é a realização de ações conjuntas de pesquisa e prática jurídica relacionadas aos processos e inquéritos criminais relativos à repressão contra praticantes das religiosidades afro-brasileiras, que configuram práticas de Estado repressivas e racistas.
‘’Este encontro é importante para o reconhecimento das nossas origens geográficas, culturais, étnicas e da formação da nossa brasilidade’’, afirmou Márcio de Jagun, coordenador da Diversidade Religiosa do Rio.
Em 2021, o Museu do Catete passou a resguardar peças sagradas das religiões de matriz africana que foram confiscadas pela polícia em uma época de perseguição religiosa.
Esta ação só foi possível, graças à luta de vários sacerdotes e sacerdotisas das religiões afro, bem como, instituições lideradas por Mãe Meninazinha de Oxum na campanha ‘Liberte Nosso Sagrado’.
‘’Ter um dia nacional, logo após anos de perseguição, é de uma importância extraordinária. Não significa que os problemas acabaram, mas que agora temos caminho e diálogo’’, explicou a escritora Estela Caputo.
‘’Esse momento é muito importante para o nosso povo. Esse momento é para o povo de terreiro’’, completou Mãe Nilce de Yansã.
(Okòó kan oṣu ẹ̀rẹ̀nà ọjọ́ wa!)
Vinte e um de março, nosso dia!
Axé!
Fotos Pai Paulo de Oxalá e Agen Afro
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