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Foto do escritorPaulo de Oxalá

Oxum na cachoeira e Vovó Cambinda no gongá


Celebrando o amor e a força das mães



Uma semana abençoada faz de maio um mês especial. Em 13 de maio, a Umbanda celebra o Dia dos amados Pretos-Velhos. Já no domingo, os nossos corações se voltarão às mães, dádivas presenteadas por Oxum, Orixá do amor e regente da maternidade.


Para mim, este final de semana traz o afago do passado e o frescor do presente. Oxum é a minha mãe, governa a minha vida ao lado de Oxalá. Ao contrário do que muitos acreditam, o verdadeiro e mais cobiçado ouro de Oxum é o verdadeiro amor. Sentimento esse que fortalece o elo entre mãe e filho, ainda no útero.


Não sejamos injustos, claro. O amor de mãe é por quem cria, quem ensina, quem dá a luz muito além do nascer, mas nos saberes e lições. Acontece o mesmo com o amor que as nossas Yalorixás nos despertam durante o processo do renascimento na iniciação religiosa que nos liga ao espiritual. Aproveito para saudar e agradecer e pedir a benção à minha mãe Thereza Fomo de Oxalá!


Você de Candomblé e você de Umbanda compartilham um amor em comum: as Yabás. Nos momentos mais difíceis, nas horas de agonia, a presença calorosa da energia das nossas Mães Rainhas é que traz o movimento de reconstrução. Vá à praia, feche os olhos e sinta a brisa do mar, enquanto a garoa do fim de tarde cai, doce como um rio. Sinta cada Yabá lhe dando um abraço e abençoando seus caminhos como as Mães que verdadeiramente são.


É de conhecimento geral nos terreiros que chamamos as pretas-velhas, carinhosamente, de avós. Confesso que as vejo como mães e, no fim, acho que estou certo. Quem nunca desabafou aos pés de uma vovó, quem nunca chorou com uma senhora?


Foi ainda menino que fui apresentado à Vovó Cambinda. Seu caminhar devagar e olhar misterioso guardavam memórias de dores vividas da partida à chegada do navio negreiro que a transportou. Foi até mim, uma criança curiosa, que ela direcionou as suas palavras e anunciou a missão que hoje cumpro, ser um pai de santo.


Nunca esqueci da profecia, hoje realizada. Vovó Cambinda segura o touro, trabalha, cura, dita palavras de sabedoria e chama atenção quando necessário. Como toda avó, é uma mãe que Oxalá nos deu a graça de conviver.


Com Oxum ou com Cambinda; Na cachoeira ou no gongá; Na Umbanda ou no Candomblé. Mãe é mãe e à todas elas, os nossos agradecimentos e pedidos de bênçãos! Quanto as mamães da terra, parabéns por tanto amor e tanta dedicação! Que as Mães Divinas abençoem a todas vocês com um dia repleto de axé!


Òóré yeye Oxum! Saravá Vovó Cambinda! E viva todas as mamães!


Saibam mais sobre os Pretos Velhos nesse vídeo:



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