Oxalá é o senhor da vida, e Olódùmarè o guardião da morte
Foto: Olódùmarè e Oxalá - arte Pai Paulo de Oxalá
Divindades comandam o equilíbrio entre os opostos
Òṣàlá (Oxalá) e Olódùmarè são importantes divindades da cultura yorubá que comandam a dualidade da existência.
Com suas vestes brancas, Oxalá simboliza a pureza e comanda a ética e a paz.
Olódùmarè (Deus) deu a Oxalá o poder de criar a terra e a humanidade, por isso, ele é reconhecido como o senhor do nascimento e criador do mundo.
Chamado de Òrìṣà Ńlá (o Grande Orixá), Oxalá traz consigo a energia vital que permeia todos os seres, e é respeitado por sua sabedoria e capacidade de conceder bênçãos e orientação. A ligação de Oxalá com a vida enfatiza a importância da harmonia, do equilíbrio e da justiça em nossas interações cotidianas.
Por outro lado, Olódùmarè ocupa uma posição suprema, e é o criador de todos os Orixás, inclusive de Oxalá.
Olódùmarè é o responsável pelo destino final das almas. Ele é o guardião da morte, não no sentido negativo, mas como uma transição necessária e natural que completa o ciclo da vida. Ele governa o fim da vida terrena e a passagem para o além, mantendo a ordem cósmica e a justiça divina.
A interação entre Oxalá e Olódùmarè simboliza a continuidade da existência, onde vida e morte não são opostos, mas partes de um ciclo contínuo. A vida, sob a proteção de Oxalá, é uma jornada de crescimento e aprendizado, enquanto a morte, sob a supervisão de Olódùmarè, é uma transição para uma nova fase de existência. Esta perspectiva traz consolo e compreensão sobre a inevitabilidade da morte, ao mesmo tempo que celebra a beleza e a sacralidade da vida.
Como no Candomblé não há culto direto a Olódùmarè, veneramos Oxalá, reconhecendo, através dele, o poder único de Olódùmarè, o senhor do equilíbrio entre os opostos na manutenção da harmonia universal.
Oxalá criou a vida, mas somente Olódùmarè tem o poder sobre a morte, pois só ele determina o fim de qualquer existência.
Kíkí agbára Olódùmarè àti Òṣàlá!
(Salve o poder de Olódùmarè e Oxalá!)
Axé!
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