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Foto do escritorPaulo de Oxalá

Meio século sem Pai João da Goméia. A transformação do Candomblé de João da Goméia para cá


Hoje, 19 de março, completam 50 anos do falecimento de João Alves de Torres Filho ou Joãozinho da Goméia como era conhecido, que além de Babalorixá, era também um artista nato.


Pai João, dançava, costurava, atuou no filme ‘Copacabana mon amour’, enfim, além da fama da sua força espiritual, Pai João também era admirado pelos seus talentos.

Nos anos 40, ele revolucionou o Candomblé, pois naquela época, os Orixás eram vestidos de forma simples. Os paramentos não eram elaborados, e os tecidos não tinham brilhos. Então, por ser costureiro, e estar muito à frente do seu tempo, Pai João inseriu o moderno e o brilho no Candomblé. Por sua influência, o lamê, tafetá, e o richelieu, passaram então a fazer parte do visual das salas de Candomblé.


Suas festas para os Orixás eram concorridas, pois todos queriam ver, além do seu bailado, a beleza das roupas produzidas por ele.

O seu Terreiro no Município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, era frequentado por grandes personalidades, incluindo os Presidentes Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e a cantora Ângela Maria.


A coragem de Pai João trouxe notoriedade ao Candomblé em uma época de muita repressão.


Ele era negro, homossexual assumido, não tinha nenhum pudor em mostrar a sua fé e revelá-la publicamente. Lutou contra as críticas, preconceito e intolerância. Merecidamente entrou para a história do Candomblé, pois de Pai João da Goméia para cá, o Candomblé se tornou mais popular, e o seu legado continua incentivando seus descentes e simpatizantes, como lembra Mãe Seci Caxi, que foi indicada pelo do jogo de búzios do saudoso Pai Tião de Irajá como sucessora da Gomeia, quando tinha apenas 10 anos:


“Seu João da Goméia, além de meu Tata, foi meu padrinho, e me lembro dele como um ser humano especial. Em verdade nesses 50 anos, a sua ausência é apenas física, pois Pai João continua sendo uma grande referência e lembrança viva no Candomblé. Por isso, a nossa luta pela perpetuação do Axé Goméia”.


Outra que enaltece a memória de Pai João é a Mãe Arlene de Katendê, que também luta pela preservação do seu legado.

“São 50 anos em que o ‘Rei’ se faz presente, pois Pai João foi aclamado como o ‘Rei do Candomblé’. Então, para mim o Rei não morreu. Ele superou barreiras, venceu preconceito, intolerância e entrou para a história”.

Em lembrança aos 50 anos do falecimento do Pai João, a Adengo - Associação dos Descendentes da Ndanji Goméia, solicitou a várias personalidades do Candomblé que gravassem um vídeo em homenagem a Pai João. Destacando: Mãe Maria do Axé Pantanal, Edelzuita de Oxaguian e Ekedi Sinha do Terreiro da Casa Branca.


Kíua Tata Londirá! Viva João da Goméia!


Aueto!


Pessoas da foto: Mãe Ceci Caxi, Mãe Arlene de Katendê, Tata Jitu,Tata Henrique,Tata Francisco Neto, Lêmba Dyala e Tata Ancelmo.


Assistam os vídeos com as homenagens a Pai João da Goméia:

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