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Foto do escritorPaulo de Oxalá

Mãe de Larissa Manoela sob a mira da Decradi


Que os Orixás protejam a nossa fé


Silvana Taques, mãe da atriz Larissa Manoela, está sendo investigada pela Decradi, delegacia especializada em crimes raciais e intolerância religiosa. A ação teve início após a exposição de uma mensagem ofensiva de Silvana para sua filha, na qual ironizava a religião do namorado da atriz. A parte ofensiva foi exibida no programa "Fantástico" e o restante da mensagem veio à tona posteriormente.


Segundo a delegada titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), Rita Salim, foi protocolado pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Estado do Rio de Janeiro, representada pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap), na última terça-feira, 22, um registro de ocorrência sobre racismo contra Silvana Taques. Ainda segundo a delegada, a partir desse registro, Silvana passa para a real condição de investigada.


Tudo muito lamentável, pois neste momento delicado em que a sociedade é confrontada com mais um episódio de intolerância religiosa, é com um coração entristecido, mas cheio de esperança, que venho a público expressar minha opinião sobre a importância do respeito à religiosidade afro-brasileira e a necessidade de cultivarmos um ambiente de harmonia entre todas as crenças.


A notícia recente sobre a investigação envolvendo Silvana Taques, mãe da talentosa atriz Larissa Manoela, é uma triste lembrança de que ainda temos um longo caminho a percorrer no que diz respeito ao entendimento e aceitação das diferentes práticas religiosas. A mensagem ofensiva proferida é uma clara demonstração de preconceito e desrespeito, atitudes que não condizem com a verdadeira essência do ser humano e da convivência em sociedade.


Como sacerdote de Candomblé, sinto-me profundamente orgulhoso de pertencer a uma religião que valoriza a harmonia, a união e a conexão com a natureza e os Orixás. A nossa fé nos ensina que cada ser humano é único e merece ser tratado com respeito, independentemente de suas crenças. É uma pena que atitudes como essa ainda aconteçam em pleno século XXI, mas é também uma oportunidade para promovermos a conscientização e o diálogo.


É preciso lembrar que o Brasil é uma nação rica em diversidade religiosa, onde diferentes culturas se entrelaçam, formando uma tapeçaria de crenças e práticas espirituais. A religiosidade afro-brasileira, em especial o Candomblé, desenha uma trajetória de resiliência e perseverança, e tem uma profunda ligação com nossa história e identidade. Ignorar ou menosprezar essa herança é um desserviço à nossa própria cultura.


Exorto a todos, independente de sua fé, a se unirem em prol da tolerância e da aceitação mútua. Não podemos permitir que ideias preconceituosas e discriminatórias ganhem espaço. Em vez disso, devemos construir pontes entre as religiões, compartilhar conhecimentos e experiências, e buscar compreender a riqueza que cada crença traz para a nossa sociedade.


Que a força dos Orixás nos guie para um mundo onde prevaleça o respeito à diversidade religiosa e onde cada indivíduo possa expressar sua fé livremente, sem temer o julgamento ou a discriminação. Que o exemplo que damos hoje seja uma luz para as gerações futuras, onde a harmonia entre as religiões seja um reflexo da unidade que todos nós compartilhamos como seres humanos.


Axé e paz a todos!


Foto: Silvana Taques e Larissa Manoela - divulgação internet


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