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Foto do escritorPaulo de Oxalá

Livro que decifrou tradicionais cantigas de Candomblé faz 27 anos


Há exatos 27 anos (1993), o livro Cantando para os Orixás (Ńkọrin S’àwọn Òrìṣà) do saudoso Bàbálórìṣà Altair Bento Oliveira, ou T’Ògún, é um importante trabalho sobre as cantigas de Candomblé da Nação Ketu.


A obra contém 376 cantigas com texto na língua yorùbá, com transcrição fonética (pronúncia) para o português.

Eu conheci T’Ògún nos corredores da antiga Rádio Solimões de Nova Iguaçu. T’Ògún era um religioso, simples e muito sensato. Era o ano de 1995, e ele foi na Rádio para uma entrevista e falar sobre o livro, e para minha surpresa após nossa conversa sobre nossas pesquisas a respeito do Candomblé, convidou-me para ir em sua residência, então no Bairro da Luz.

Em sua residência, puder ver seu valioso acervo com muitas fitas k-7 gravadas em yorùbá e muito material impresso sobre Candomblé e cultura-afro. Outra surpresa; ele pediu licença, ausentou-se da sala, e ao voltar me entregou um exemplar do livro Cantando para os Orixás com uma dedicatória em yorùbá (na foto), que em português significa:

“Para o amigo Paulo Guerreiro, desejo muita força e coisas boas. Que os nossos Orixás nos protejam! Com um abraço do seu irmão AltairT’Ògún!”.


Quem foi Altair T’Ògún:

Altair Bento de Oliveira, mais conhecido como T'Ògún, foi iniciado em 03 de outubro de 1966 na Nação Ketu, pelo Pai Carlos de Ọbalúwáiyé de Duque de Caxias, Rio de Janeiro.

Pai T’Ògún, também era estudioso do Candomblé, cultura afro-brasileira, pesquisador do idioma yorùbá, da cultura negra e de seus costumes.


Ele teve dois livros lançados pela Editora Pallas e um de forma independente.

Cantando para os Orixás (Ńkọrin S’àwọn Òrìṣà) em 1993, que tinha como base, 15 fitas k-7 com 15 horas de gravação com todas as cantigas do livro, gravadas em edição independente. O livro ganhou capa nova em outras edições.


Elégùn, (Feitura de Ìyàwó, Ogan e Ẹkẹdi), em 1995 com 4 fitas k-7.


Àṣèṣé - o reinício da vida, em 1998, versando sobre os rituais fúnebres segundo as tradições yorubá e do Candomblé. Publicação independente.


T’Ògún, também foi o criador do primeiro curso de introdução à língua yorùbá na Universidade Estadual do Rio de Janeiro-UERJ, em 1994.


T’Ògún faleceu em 2012, e além do seu trabalho deixou herdeiros de axé.

Seu filho de santo Bàbá Ògúntúndéléwa, é um grande divulgador da obra de T’Ògún: “tenho certeza que meu Pai deixou um grande trabalho para o Candomblé. Ele era um homem de vanguarda, com uma visão bem à frente do seu tempo. O livro Cantando para os Orixás, é um clássico atualíssimo, que fez, e faz escola em nossa religião”.


Iṣẹ́ dára jẹ́ àìkú nìpasẹ ìtàn!

(O bom trabalho é eternizado por sua história!)

Axé!

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