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Foto do escritorPaulo de Oxalá

Gilberto Gil, um Obá de Xangô na Academia Brasileira de Letras


Ele tem cargo no grupo sacerdotal dos Obás de Xangô no Ilê Axé Opó Afonjá, um dos terreiros mais antigos do Brasil.


Sua Yalorixá, Mãe Stella de Oxóssi, era Doutor Honoris Causa da Universidade do Estado da Bahia e ocupava a cadeira 33 da Academia de Letras da Bahia, cujo patrono é o poeta Castro Alves.


Ele é Gilberto Passos Gil Moreira, também conhecido mundialmente como Gilberto Gil, cantor, compositor, multi-instrumentista, produtor musical e ex-ministro da Cultura, que na última sexta-feira, dia 08 de abril, foi eleito para a cadeira de número 20 da Academia Brasileira de Letras.


As boas-vindas foram do Acadêmico Antonio Carlos Secchin que o definiu como: “Iluminado como a lua, sem ser satélite! Iluminador como o sol, por ser uma estrela, não de sexta, mas de primeira grandeza!”

Assim é a estrela Gilberto Gil, que nasceu em Salvador no dia 26 de junho de 1942 e é um dos criadores da ‘Tropicália’, movimento que deu um sacode na música brasileira na década de 1960.


Ao longo de sua de trajetória musical, Gil compôs mais de 500 músicas e gravou cerca de 60 discos, totalizando 4 milhões de cópias vendidas.

Com temáticas mescladas, muitas das suas composições falam de fé e têm o forte encanto dos sons africanos, mostrando afeto a sua ancestralidade, que é evidenciada em canções como: As Ayabás, Iansã, Iemanjá, Ojú Obá, Opachorô, Yá Olokum, Zumbi (a Felicidade Guerreira), São João-Xangô Menino, Se eu quiser falar com Deus, Tempo Rei, Toda Menina Baiana e a icônica ‘Andar com Fé’.


Comemorando a brilhante posse do irmão de fé, o também Obá de Xangô ‘Abiodun’, Adriano Azevedo, sobrinho da saudosa Mãe Stella comenta:

“Gilberto Gil é um admirável músico com renome internacional e grande irmão de fé! É uma honra ter na Academia Brasileira de Letras um homem de Candomblé nos representando. A vitória de Gil é a nossa vitória, pois num momento de tanto racismo e intolerância, ele mostra a força da nossa ancestralidade! Muito orgulho e viva Gil, um Obá de Xangô na Academia Brasileira de Letras!”


Ọkùnrin ḿbẹ wà láí ní wo ìwà! (O homem é eternizado por suas qualidades!)


Axé!

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