BNDES patrocina R$ 20 milhões em projetos culturais para a Pequena África
Foto: Pedra do Sal e Cais do Valongo-RJ - divulgação
Aporte transforma região em ícone de desenvolvimento do país.
Denominada no século passado pelo compositor e cantor Heitor dos Prazeres como "Pequena África", a região portuária do Rio de Janeiro, que abrange desde a Praça Mauá, Pedra do Sal até o Bairro da Cidade Nova, possui grande valor histórico e patrimonial deixado por africanos que ajudaram a construir a cidade e o país. Esses africanos desembarcavam no Cais do Valongo e eram comercializados na região da Pedra da Prainha, posteriormente conhecida como Pedra do Sal.
Todo esse conjunto de espaços faz parte do circuito urbano reconhecido como Patrimônio da Humanidade e é celebrado como uma herança arqueológica africana. A Pequena África é um espaço urbano e turístico de imensurável riqueza cultural, que precisa ser preservado pela sua importância para o Brasil.
Foi com o objetivo de cuidar e preservar esses espaços que, na quarta-feira, 28 de setembro, foi assinado um contrato de R$ 20 milhões provenientes do BNDES para financiar projetos culturais ligados à herança africana. A assinatura contou com a presença da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; do presidente da Embratur, Marcelo Freixo; e da diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello.
O consórcio formado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), Diáspora.Black e PretaHub será responsável pela seleção dos projetos culturais que fortalecerão o território da Pequena África.
Em entrevista ao G1-TV Globo, o Babalawô Ivanir dos Santos, do CEAP, destacou a importância da Pequena África e elogiou a iniciativa do BNDES:
“Aqui temos a primeira memória da identidade negra na cidade do Rio de Janeiro. Com essa excelente iniciativa, promoveremos o desenvolvimento social, cultural e econômico com o protagonismo de negros e negras.”
André Ribeiro, da Diáspora.Black, também falou sobre os próximos passos:
“Faremos um mapeamento aprofundado das atividades previstas para a região e também fomentaremos o turismo e a presença negra na área.”
Eu, Paulo de Oxalá, destaco que a Pequena África é um símbolo da resistência e da contribuição dos africanos e seus descendentes na formação do Brasil. A região abrigou comunidades afro-brasileiras que sobreviveram à escravidão e se tornou o berço de manifestações culturais como o samba e o jongo. A preservação desse espaço valoriza a cultura negra e reforça sua importância na identidade brasileira.
A iniciativa do BNDES garante que a memória da Pequena África permaneça viva, e se transforme em um monumental ícone de desenvolvimento socioeconômico do nosso país.
Axé!
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