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  • Foto do escritorPaulo de Oxalá

Agora é Lei: idiomas africanos são patrimônios imateriais


A data de hoje, 20 de novembro, nos remete ao reconhecimento da importância dos antigos africanos, que ajudaram a construir o nosso país.


Das muitas etnias que aqui chegaram, três se destacaram na organização do Candomblé: os bantus, os yorubás e os jejes.

Os idiomas falados por esses povos foram importantes não apenas para preservar as tradições religiosas africanas, mas também na construção da nossa linguagem no dia a dia. Um exemplo disso foi o caso do idioma kimbundu dos bantus que nos influenciaram em várias palavras como: angu, fubá, samba e muitas outras.


Do idioma yorùbá, temos o àkàrá que virou o nosso acarajé e os nomes dos Orixás. Já dos Jejes, dentre tantas palavras herdamos: atabaque, gan e os nomes dos Voduns.

Sem a preservação de toda essa oralidade, jamais conseguiríamos ter acesso a tantos conhecimentos. E foi exatamente movido por esse ideal de preservação, que o Bàbálórìṣà e escritor Márcio de Jàgúnlutou desde 2014 pelo reconhecimento desses idiomas como Patrimônios Imateriais junto à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.


O projeto foi abraçado pelo então deputado Átila Nunes que conseguiu que os principais idiomas essenciais ao Candomblé fossem reconhecidos através de Leis, como patrimônios imateriais do Estado.


O primeiro a ser reconhecido foi o idioma yorùbá que em 28 de agosto de 2018 tornou-se patrimônio imaterial do Estado através da Lei 8.085.

A seguir foram os idiomas de origem bantu que no dia 18 de março de 2020, também se tornaram patrimônios imateriais através da Lei 8.758.

E por último, foram os idiomas de origem jeje que na última segunda-feira, dia 16 de novembro se tornaram também patrimônios imateriais através da Lei 9.096.


Muito feliz, Pai Márcio agradece a todos que se empenharam nessa conquista. “Agradeço a todos pelo empenho e ofereço essa vitória aos nossos ancestrais que nos trouxeram esses idiomas e dogmas que compõem as religiões de matriz africana”.


Também feliz por saber do fato, Mãe Glórinha de Tokweno, uma referência da Nação Jeje no Rio de Janeiro, disse: “é de grande importância esse reconhecimento, pois esses idiomas expressam a resistência dos nossos antigos”.


Abou Bakar, beninense e professor de língua fon, comemorou: “é muito importante a aprovação desse projeto que foi transformado em leis. Essas línguas aproximam a África ao

Brasil fechando um maravilhoso intercâmbio sociorreligioso".


Salve as três etnias essenciais na formação do Candomblé!

Em yorùbá: Lààyè orílẹ̀ Kétu! (Viva a nação Ketu!)

Em kimbundu: Kiuá Mbuntu Ngola! (Viva a nação Angola!)

Em fon: Mìkpá to na Jeje! (Salve a nação Jeje!)


Axé!


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