A história de Mãe Cacilda e a força do Seu Sete Rei da Lira
No dia 29, do último domingo de agosto de 1971, Seu Sete Rei da Lira, incorporado em Mãe Cacilda de Assis, transformou os programas do Chacrinha na TV Globo e do Flávio Cavalcante na TV Tupi, em grandes giras de Exu. Os programas eram concorrentes entre si, por isso as atrações eram bem disputadas. Era comum muitos participantes saírem de um programa e irem para o outro, como foi o caso do Seu Sete.
A participação do Seu Sete causou alvoroço. Muitas pessoas das plateias e de equipes técnicas de ambos programas entraram em transe com as cantigas tiradas pelo Rei da Lira.
No outro dia, e durante toda a semana, jornais e revistas só falavam no Exu que estremeceu o público e alavancou a audiência das TVs.
Esse e outros inúmeros fatos extraordinários estão detalhados no livro: ‘O fenômeno Seu Sete da Lira, Cacilda de Assis a médium que parou o Brasil’, lançado em março pelas Edições BesouroBox. O autor é o umbandista Cristian Siqueira, dirigente da Casa de Oração Caboclo Tupinambá, em Cuiabá/Mato Grosso.
Radiante com a repercussão do livro, Cristian nos contou com foi a elaboração da obra.
Sei que você é umbandista, mas o que te chamou atenção na história da Mãe Cacilda e do Seu Sete da Lira?
“O fenômeno Sete da Lira foi importante para o reconhecimento da força da Umbanda e da Quimbanda como religiões populares no advento da televisão. Seu Sete, em Mãe Cacilda, fez escola nas vestimentas dos Exus e na maneira de trabalhar”.
Como foi o trabalho de pesquisa até chegar aos parentes, e como eles receberam a proposta do livro?
“Primeiro comecei intensa pesquisa pela internet, e aí já comecei a escrever o livro. Depois, consegui o contato das filhas carnais de Mãe Cacilda: Dona Luiza e Dona Eni, no Rio de Janeiro. A princípio elas não aceitaram a ideia do livro, mas quando viram que o meu propósito real era exaltar a história e a contribuição religiosa de Mãe Cacilda, toparam me ajudar com depoimentos. Então, viajei para o Rio de Janeiro”.
Mãe Cacilda era iniciada na Umbanda?
“Sim, ela fez camarinha aos 15 anos no Terreiro Pai Benedito do Congo, em Valença, cidade do interior do Estado Rio de Janeiro, onde ela nasceu. Mãe Cacilda era de Yansã com Xangô, e além do Seu Sete, ela também trabalhava com Dona Audara Maria, a Senhora da Rosa vermelha”.
Fale um pouco sobre o livro e sua importância para a Umbanda.
“O livro foi lançado em março, em plena pandemia e tenho recebido muitos cumprimentos pela obra e vejo que colaborei para deixar registrado esse grande momento da Umbanda nas mídias, em uma época bem difícil para o nosso país. Eu espero que por meio do livro, os leitores captem as boas energias emanadas pelo Seu Sete”.
Axé e Saravá Seu Sete Rei da Lira!
Imagens internet e acervo Cristian Siqueira.
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