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Paulo de Oxalá

Exposição ‘O ofá cuja voz ecoa’ lembra o legado de José Marmo


Nascido em Nilópolis, Município da Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, José Marmo da Silva ou ‘Marmo’ como era conhecido no meio do povo de santo, dedicou toda a sua vida na promoção da saúde da população das comunidades de Terreiros.


Filho de Oxóssi e confirmado como Ogan pelo saudoso Babalorixá Mirinho da Oxum do Axé do Sr. Rufino do Beiru, José Marmo foi coordenador do programa de saúde do grupo cultural AfroReggae e precursor das campanhas de promoção à saúde e prevenção de HIV/Aids para a população negra e povos de terreiro. Também trabalhou na criação dos projetos: Odô-Yá, que organizava estratégias para que iniciados das religiões de matrizes africanas lidassem de forma preventiva e solidária ante a epidemia de HIV/Aids no Brasil; Arayê, da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia), que estimulava a reflexão sobre a saúde da população afro-brasileira, mostrando as contradições relacionadas à qualidade de vida no Brasil; e no Grupo Criola, uma organização da sociedade civil para defesa e promoção dos direitos das mulheres negras.


Em 2003, Marmo foi um dos fundadores da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro Saúde). Um dos objetivos da Renafro Saúde é estimular práticas de melhoria da saúde, preservando as tradições das religiões afro-brasileiras.


José Marmo faleceu em 2017, e sua coleção particular, um precioso acervo de 400 itens que foi doado à Biblioteca de Manguinhos, do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz), contém não só a sua trajetória, mas também o avanço e as estratégias na luta por direitos da população negra e enfrentamento ao racismo.


Parte do acervo de José Marmo estará na Exposição ‘Marmo: o ofá cuja voz ecoa’, que será aberta hoje, sexta-feira, 06 de março às 14h, no hall da Biblioteca de Manguinhos. No programa consta uma mesa-redonda sobre a saúde da população negra e de terreiros e a apresentação musical do Afoxé Ore Lailai.


Muito feliz, Mãe Meninazinha da Oxum comemora a homenagem e confirma presença: “Merecida homenagem a José Marmo, um grande lutador pelas causas da nossa religião. Marmo transmitia felicidade e deixou um grande trabalho. Com certeza estarei presente. ”


A atual coordenadora da Renafro Saúde, Mãe Nilce de Oyá, também festejou: “Marmo é merecedor de todas as homenagens possíveis. A mim, antes de partir, ele confiou a Renafro Saúde, a sua menina dos olhos, então é uma honra fazer parte de sua história. ”


Amigo de longas datas de José Marmo, o Babalorixá Flávio Costa, coordenador do GT Homens de Axé descreve Marmo: “ele tinha uma personalidade incrível, grande guerreiro e um religioso exemplar. Estive com ele em vários momentos e vivenciei sua entrega a causa. ”


A Exposição conta com dois curadores: Igor Lima, coordenador da Biblioteca de Manguinhos e Marco Antonio Chagas Guimarães, psicanalista, especialista em saúde da população negra e cultura afro-brasileira e viúvo de Marmo, com quem conviveu por 30 anos.


kúrò iṣẹ́ ofin kan kọ́ kọjá ni funfun ìyè!

(Deixar um legado é não passar em branco pela vida!)


Axé!


Serviço:

Exposição ‘Marmo: o ofá cuja voz ecoa’. Abertura: 06/03 às 14h. Biblioteca de Manguinhos - Fiocruz. Av. Brasil, 4.365. A exposição tem entrada franca e o horário de visitação vai das 8h às 16h45, de segunda, à sexta-feira até 31 de março.



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