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Paulo de Oxalá

Pai João da Gomeia, o Tata Londirá, é venerado na Grande Rio sob os aplausos de Mãe Seci e Mãe Arlen


Pai João da Gomeia, com a sua personalidade forte e inovadora, foi certamente o primeiro sacerdote de Candomblé a gerar de fato uma transformação na religião.


Pai João redesenhou os símbolos das divindades africanas e colocou brilho em suas vestes. Levou a dança do Candomblé aos palcos de importantes casas de espetáculos da época, tais como, o Cine Teatro Jandaia (em Salvador) e o Cassino da Urca (no Rio de Janeiro).


Seu Terreiro no Município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, era frequentado por grandes personalidades, incluindo os Presidentes Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e a cantora Ângela Maria.


Em 1967, posou com filhas de santo para capa da revista O Cruzeiro, e em 1969 lançou o antológico disco (Lp) chamado "O Rei do Candomblé".

Tata Londirá (dijina de Pai João) tinha outra paixão além de Matamba e Mutakalambo: era o Caboclo Pedra Preta. Esse Caboclo o acompanhava desde menino e tinha a fama de milagroso, pois muitas curas foram a ele atribuídas.


Pai João da Gomeia faleceu em 1971, mas entrou para a história do Candomblé, pois até nos dias atuais, seu legado desperta curiosidade e admiração. E é esse o legado que a Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio levará, nesse carnaval de 2020, para a Marques de Sapucaí, com o enredo "Tata Londirá: o Canto do Caboclo no Quilombo de Caxias".


O enredo desenvolvido pelos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad tem o reconhecimento de Sandra dos Reis, conhecida como Mãe Seci Caxi. Foi através do jogo de búzios do saudoso Pai Tião de Irajá que Mãe Seci foi indicada como sucessora da Gomeia, quando tinha apenas 10 anos.


Mãe Seci diz que ficou maravilhada quando os carnavalescos lhe falaram do enredo: “Achei ótimo o enredo, pois reconhece o legado do meu Pai João. Ele foi importante para sua época e é até hoje. Pai João iniciou muitas pessoas que se tornaram importantes para a religião. Sofreu perseguição, mas com tudo isso venceu e entrou para a história”.


Mãe Arlene de Katendê, que também luta pela preservação do legado de seu avô, vibrou com o enredo da escola de samba de Duque de Caxias. “Foi uma escolha maravilhosa, pois com toda a intolerância, perseguição e preconceito que Pai João sofreu, ele conseguiu superar todas as barreiras, e mostrou para o mundo a força e a beleza do Candomblé”.

A Grande Rio será a quinta escola a desfilar no domingo de Carnaval, 23 de fevereiro, e Mãe Seci e Mãe Arlene desfilarão no carro que homenageia o Axé Gomeia.


Kíua Tata Londirá! Viva João da Gomeia!


Aueto!



Samba-Enredo do G.R.E.S. Acadêmicos do Grande Rio 2020

Tata Londirá: o Canto do Caboclo no Quilombo de Caxias

Compositores: Derê, Robson Moratelli, Rafael Ribeiro e Toni Vietnã


É Pedra Preta! Quem risca ponto nesta casa de caboclo Chama Flecheiro, Lírio e Arranca-Toco Seu Serra Negra na jurema, Juremá

Pedra Preta! O assentamento fica ao pé do dendezeiro Na capa de Exu, caminho inteiro Em cada encruzilhada um alguidar

Era homem, era bicho-flor Bicho-homem, pena de pavão A visão que parecia dor Avisando Salvador, João!

No Camutuê Jubiabá Lá na roça a gameleira Da Gomeia dava o que falar Na curimba feiticeira

Okê! Okê! Oxóssi é caçador Okê! Arô! Odé! Na paz de Zambi, ele é Mutalambô! O Alaketo, guardião do Agueré

É isso, dendê e catiço O rito mestiço que sai da Bahia E leva meu pai mandingueiro Baixar no terreiro quilombo Caxias Malandro, vedete, herói, faraó Um saravá pra folia Bailam os seus pés E pelo ar o benjoim Giram presidentes, penitentes, yabás Curva-se a rainha e os ogans batuqueiros pedem paz

Salve o candomblé, Eparrei Oyá Grande Rio é Tata Londirá Pelo amor de Deus, pelo amor que há na fé Eu respeito seu amém Você respeita o meu axé (Respeita o meu axé)




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