Rosa Magalhães é homenageada em livro DVD
Na próxima terça-feira, 26 de novembro, será lançado o livro-DVD “Rosa Magalhães: a moça prosa da avenida”.
Editado pelo Departamento Cultural (DECULT-UERJ) e selo Outras Expressões, o trabalho mostra a vida da cenógrafa, figurinista e carnavalesca com muita poesia e brasilidade. A obra inclui um ensaio biográfico escrito pelo Prof. Luiz Ricardo Leitão e um documentário do Acervo do Samba e da TV UERJ sobre a vida e obra da consagrada carnavalesca.
Esse é o 4º volume da série Acervo Universitário do Samba. Os outros homenageados foram: Aluísio Machado, Zé Katimba e Noca da Portela.
Ícone do carnaval carioca, a superpremiada Rosa Magalhães é decantada e apresentada ao público com uma incomparável polivalência.
A obra é ilustrada pelos magníficos desenhos que fizeram a carnavalesca oito vezes campeã dos desfiles das escolas de samba do Rio, além de fotos e documentos inéditos:
- a infância e a adolescência nos “anos dourados de Copacabana”
- a passagem pela Escola de Belas Artes (EBA) nos “anos de chumbo” da ditadura
- o aprendizado com mestre Pamplona no GRES Acadêmicos do Salgueiro
- os 50 anos nos barracões do samba
- a fértil carreira na cena teatral – iniciada em 1973 com a censurada peça “Calabar”, de Chico Buarque e Ruy Guerra
- os meandros da vida afetiva
- a concepção de mega espetáculos esportivos, como o PAN 2007 e a Olimpíada Rio 2016.
Filha do acadêmico cearense Raymundo Magalhães Jr. e da dramaturga paulista Lucia Benedetti, de quem herdou a pródiga fabulação e dramaticidade, a artista representa um dos mais fecundos encontros da cultura letrada com a arte popular em nosso país. Nos enredos “rocambolescos e dramáticos”, veem-se as rendas e o artesanato nordestino, ou a fauna e a flora do Brasil, ao lado de gravuras de Frans Post, Debret e Portinari, ou de ensaios de Montaigne e Sérgio Buarque de Holanda. Barroco, moderno e pós-moderno, o imaginário da moça prosa acolhe uma profusão de signos: “do Super-Homem ao anjinho”.
O autor, que também é professor da UERJ, demonstra como o interesse pela pesquisa e a sedução pelo cinema e pela ficção científica, assim como as viagens que empreendeu pelos dois hemisférios com apoio do pai, estimulam Rosa a promover enlaces entre vários mundos. Em suas sinopses, vai-se do México ao Brasil e à Tailândia (“O ti-ti-ti do sapoti”, Estácio de Sá, 1987), camelos africanos desembarcam no Ceará do brioso jegue sertanejo (Imperatriz, 1995) e o escritor dinamarquês Hans Christian Andersen visita o Sítio do Pica-pau Amarelo em terras paulistas (Imperatriz, 2005). Amante de barcos e navegações, a narradora é uma cronista de viagem – “De repente, de lá para cá; e de repente, de cá para lá” (Portela, 2018).
“O peso concedido por Rosa à figura feminina em um meio ainda bastante patriarcal e, tantas vezes, misógino merece destaque”, afirma Leitão. De acordo com ele, a carnavalesca rendeu homenagens na Sapucaí à Imperatriz Leopoldina, que guiou D. Pedro I nas trilhas incertas da Independência à pioneira pianista Chiquinha Gonzaga e à valorosa Anita Garibaldi, lançando luzes sobre a contribuição das mulheres à história e a cultura do país.
O livro conta com a apresentação da museóloga Maria Luiza Newlands e da atriz Zeni Pamplona, além de posfácio escrito por Leonardo Bora, carnavalesco e professor da UFRJ.
Axé!
Serviço:
Lançamento do livro-DVD “Rosa Magalhães, a moça prosa da avenida”. Dia 26 de novembro, terça-feira, 18h30, no Teatro Odylo Costa Filho, UERJ, Campus Maracanã. Rua São Francisco Xavier 524/RJ.