Salve o samba, Viva Tia Ciata e Viva Beth Carvalho
Se o samba teve a Madrinha Beth Carvalho, também teve uma Mãe: Tia Ciata.
Tia Ciata ou Ciata da Oxum, nasceu na Bahia em 1854, e foi Yakekerê (Mãe pequena), da casa de Sr. João Alabá de Omolu no Rio de Janeiro. Seu gosto pelos ritmos africanos, foi fundamental para o surgimento do samba. Ótima quituteira, Tia Ciata promovia encontros de músicos e cantores em sua casa, próxima à Praça Onze. Foram eles que criaram bases para o surgimento do gênero tipicamente carioca. Donga teria cantado na casa de Tia Ciata, “Pelo Telefone”, que viria a ser o primeiro samba gravado em disco. Foram desses encontros que o samba passou a ter aceitação popular e o nome de Tia Ciata tornou-se referência no samba e no carnaval.
Tia Ciata, faleceu em 1924, no Rio de Janeiro, e sem dúvida, é a Grande Mãe do samba.
A gloriosa Madrinha do samba
Elizabeth Santos Leal de Carvalho, ou Beth Carvalho, nasceu em 05 de maio de 1946, e teve contato com o samba desde pequena. Aos oito anos de idade já se maravilhava com as gravações de Sílvio Caldas, Elizeth Cardoso e Aracy de Almeida.
Na adolescência, ao assistir ao desfile das escolas de samba, encontrou outro amor definitivo: a Estação Primeira de Mangueira. Beth mergulhou fundo no samba, rompendo barreiras e dando voz a gênios esquecidos, como Cartola e Nelson Cavaquinho, da sua Mangueira. Foi daí, que assumiu o papel de madrinha e gravou sucessos como "Vou Festejar" e "Coisinha do Pai", música que foi utilizada para movimentar um robô no planeta Marte.
Beth lançou talentos como: Jorge Aragão, Almir Guineto, Arlindo Cruz, Sombrinha, Bira Presidente, Ubirany, Zeca Pagodinho. Seu último trabalho foi o disco "Ao Vivo no Parque Madureira", gravado em 2014. No Carnaval de 2017, foi enredo da Alegria da Zona Sul, escola do Grupo de Acesso do Carnaval carioca e participou do esquenta na Avenida, ao lado do intérprete Igor Vianna cantando "Vou Festejar.
Em setembro de 2018, em uma cama montada no palco, Beth fez um memorável show, ao lado do grupo de Fundo de Quintal.
Beth Carvalho, ‘A Madrinha do Samba’, estava com 72 anos, e faleceu nesta sexta-feira, 30 de abril, às 17:30h, no Hospital Pró-Cardíaco, Rio de Janeiro.
Lààyè àwọn obìrin samba! (Viva as mulheres do samba!)
Axé!