Angola chora Dylla Carvalho, a Mam'etu Sahundê
Faleceu neste sábado, 27 de abril, no Rio de janeiro, Mam’etu Sahundê, ícone da Nação Angola, Raiz Tumba Junsara.
Nascida em 02 de abril de 1919, Dylla Andrade de Carvalho, foi iniciada aos Nkisi, em 07 de agosto de 1949, por Manuel Ciríaco ou Tata Nilundi a Mungongo, fundador do Terreiro Tumba Junsara em Salvador/BA. Ela recebeu a Dijina (nome de iniciação) Sahundê.
Na década de 60, Tata Ciríaco, plantou os alicerces litúrgicos necessários a um Terreiro de Candomblé Angola, no Bairro Cidade dos Meninos em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e elevou Sahundê ao Cargo de Mam'etu Nkisi. Neste Terreiro Mam’etu Sahundê, iniciou vários Barcos de Azenza (Plural de Muzenza), o que a tornou reconhecida por seus conhecimentos, na Nação Angola da Raiz Tumba Junsara.
O Pesquisador de Cultura Bantu e descendente da Raiz Tumba Junsara, Walter Nkosi, lamenta o falecimento da Mam’etu Sahundê, e cita um provérbio:
-“Ela cumpriu sua missão, por isso rogamos a "Kalunga Ngombe" (Divindade Angolana que conduz os mortos ao lugar destinado), que encaminhe o seu espírito para a Comunidade dos Antepassados. Que Ngana Nzambi (Deus Supremo) conforte o nossos Mixima (Corações), e de seus entes queridos. Diz um provérbio Bantu:
"Vive-se morrendo, e morrendo se vive". Nossos mortos vivem em nossa memória! ”
Mam’etu Sahundê tinha 100 anos, e faria 70 anos de iniciada nesse ano de 2019. Ela entra para a história do Candomblé, como importante personagem da Ndanji Tumba Junsara na Cidade do Rio de Janeiro.
Matondo Mam’etu Sahundê! (Gratidão, Mam’etu Sahundê!)
Aueto!