Falece a ilustre Makota Valdina, líder do Candomblé
Assim como muitos, fui um espectador de suas ações. E quantas ações! Admirava sua força, sua dinâmica e sua eloquência. Várias foram as vezes que em matérias de TV, comtemplava sua postura firme na luta contra a intolerância racial e religiosa.
Um ditado em bantu diz: U sina li Kanda (A verdadeira riqueza é a família!). A senhora lutou pela família e por todos! Deixa exemplo de perseverança e fé!
Que Nzambi Mpumgu (Deus todo poderoso) lhe receba!
Grande líder do Candomblé!
Morreu na madrugada desta terça-feira, 19 de março, em Salvador, a educadora, líder religiosa e militante da causa negra, Makota Valdina, 75 anos. Ela estava hospitalizada há um mês, no Hospital Teresa de Lisieux, e chegou na unidade com dores causadas por pedras no rim, mas, durante a internação foi constatada um abcesso no fígado e, no domingo, Makota sofreu uma parada cardio-respiratória. Ela entrou em coma e não resistiu.
Valdina de Oliveira Pinto foi iniciada no Candomblé nos anos 70, recebendo o cargo de Makota (assistente de sacerdote na Nação Angola). Nessa época começou sua luta contra o preconceito e o racismo, coincidentemente, era o mesmo ano de surgimento do Movimento Negro Unificado e do Ilê Aiyê.
Sua vida foi retratada no documentário Makota Valdina – Um jeito Negro de Ser e Viver, que recebeu o primeiro Prêmio Palmares de Comunicação, da Fundação Cultural Palmares, na categoria Programas de Rádio e Vídeo. Em 2013, ela publicou o livro de memórias intitulado “Meu caminhar, meu viver”.
Ao longo de sua trajetória, Makota recebeu muitas homenagens. Entre elas os prêmios Troféu Clementina de Jesus, da União de Negros Pela Igualdade (UNEGRO), Troféu Ujaama, do Grupo Cultural Olodum, Medalha Maria Quitéria, da Câmara Municipal de Salvador, e Mestra Popular do Saber, pela Fundação Gregório de Mattos.
Seu corpo será velado no Cemitério Jardim da Saudade e o enterro está previsto para ocorrer às 15h30 desta terça-feira.
Matondo Makota Valdina! (Gratidão Makota Valdina!).