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Paulo de Oxalá

Saravá aos 110 anos de luta e resistência da Umbanda


A manifestação do Caboclo das 7 Encruzilhadas, no dia 15 de novembro, através do médium Zélio de Moraes, consagrou uma modalidade de trabalho que não era comum na época, determinando normas de conduta, organização das sessões de atendimento, hinos e vestimentas. Zélio retirou-se de um centro espírita, por esse não ter consentido com a manifestação do seu Caboclo, Foi a partir desse acontecimento que ele organizou um grupo e denominou-o de Umbanda.


Zélio e seu grupo sofreram rejeição dos espíritas da época que os classificaram como praticantes do baixo-espiritismo. Essa foi uma forma de desmerecer seus seguidores, pois não admitiam a fusão de raças e costumes em razão da atuação de negros e indígenas.


Os Caboclos e os Pretos- Velhos são inegavelmente os porta-vozes da Umbanda. Não se entende esta religião sem a presença de ambos, que em vida, sofreram todas as formas de discriminação. Com o diálogo franco e de fácil compreensão, conquistaram rapidamente adeptos e praticantes, contrariando a forma elitista com que eram feitas as explanações em outras religiões. No kardecismo, a expressão espiritismo-científico ou alto espiritismo manifestava a postura de seus seguidores.


A importância dos Caboclos e Pretos Velhos como guias orientadores é anterior à data de 15 de novembro, pois eles se manifestavam em grupos de reuniões isoladas, entre eles, os negros bantus que admitiam a manifestação de seus ancestrais, ainda em território africano. Caboclo, o nativo brasileiro, passou a integrar este grupo, devido à afinidade que existiu entre ambos, ainda no período escravo.


Em 1961, aconteceu no Maracanãzinho, um Congresso de Umbanda sob presidência de Henrique Landi Jr. que visava uma nova identidade para a Umbanda. O encerramento desse Congresso foi feito pela Tenda Mirim.

Em 1971, surgiu o CONDU – Conselho Nacional Deliberativo da Umbanda, com atuação nacional em todos os Estados brasileiros. Criou-se uma integração nacional, oficializou a data de 15 de novembro como O Dia Nacional da Umbanda, confirmou o hino Umbandista, e apresentou ao Governo um estudo para o ensino religioso nas escolas públicas, com seus fundamentos, crenças, origens e finalidades da Umbanda junto à Sociedade, o que foi comemorado na época, pois eram atos extraordinários em uma época muito difícil.


A Umbanda surgiu como uma religião nacional que se opôs às religiões importadas. Enquanto o Candomblé procura conservar a memória africana em solo brasileiro, a Umbanda coloca o Orixá como defensor de nossa terra.


Parabéns, Umbanda e Umbandistas! Saravá aos 110 anos de muita luta e resistência!

Saravá!


Por José Beniste, com edição de Paulo de Oxalá



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