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Paulo de Oxalá

A dedicação da Ẹkẹdi Aline de Yemọja


Carioca da Praça Seca, Aline de Morais é filha de pai maçom e mãe da Assembleia de Deus, por isso frequentou igreja evangélica até os 16 anos.

Como qualquer jovem com 16 anos, Aline começou a conviver com amigos e a conhecer novos ambientes. Um desses lugares foi um terreiro de Quimbanda no bairro da Piedade. E foi esse segmento espiritual que trabalha com Exus e Pombagiras que despertou em Aline um novo propósito religioso.


Aline seguiu em frente com os estudos e se formou em Administração de empresas. Aos 25 anos foi iniciada para Yemọja e confirmada como Ẹkẹdi de Ọ̀ṣun, pela saudosa Ìyálórìṣà Elza de Ọ̀ṣun do bairro de Curicica, que era filha de santo da Ìyálórìṣà Rute de Jàgún de Éden, São João de Meriti. Ìyá Elza faleceu em 2014.


O tempo passou, e um dia em uma festa de Yánsàn no Terreiro do também saudoso Bàbálórìṣà Ọya Gindé, conheceu Mãe Meninazinha de Ọ̀ṣun, sua atual Ìyálórìṣà, a quem a Ẹkẹdi chama de Minha Rainha.


Como toda Mãe Ẹkẹdi que tem inúmeros afazeres dentro de um Ilé Òrìṣà (Casa de Orixá), Mãe Aline não se detém apenas em atenção a sua comunidade religiosa. Ẹkẹdi Aline se preocupa com todo o segmento afro cultural e religioso, por isso foi convidada pela jornalista Luzia Lacerda, do Instituto Expo Religião, para fazer parte da equipe da produção da feira. Neste Instituto, que congrega lideranças de diversas religiões e promove uma das maiores feiras inter-religiosas da América Latina, Ẹkẹdi Aline exercita não só sua formação profissional, como aplica sua criatividade na organização do evento.


Ela mantém uma página no Facebook, onde documenta através de artigos e fotos todos os eventos religiosos que frequenta.


“É importante entender que as redes sociais quando bem utilizadas são importantes instrumentos de interação e divulgação da religião. Nesses tempos de intolerância religiosa contra as religiões de matrizes africanas, as redes têm sido de extrema valia, pois denunciam e documentam o fato quase que instantaneamente. Temos muito ainda que caminhar para um reconhecimento de igualdade religiosa, pois nossos instrumentos são poucos e quase não temos ajuda dos poderes. Temos que nos conscientizar que vivemos num momento político único, e que as eleições podem nos ajudar a termos representantes que de fato lutem por nossas tradições.”- enfatiza a dedicada Ẹkẹdi.

Ó jẹ́ ìyanu láti ṣíṣẹ fun aásìkí esin! (É maravilhoso trabalhar pelo engrandecimento religioso!)


Axé!




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